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A comunicação alternativa é uma ferramenta voltada para auxiliar pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) que enfrentam dificuldades na comunicação verbal.
Essas dificuldades podem incluir atraso ou dificuldade na fala, falta de compreensão do que é dito ou até mesmo a ausência de desenvolvimento da linguagem.
Os recursos da comunicação alternativa são fundamentais para ajudar pessoas no espectro a criarem um meio de expressão eficaz para comunicar suas vontades, ideais, necessidades e pensamentos.
Portanto, é muito importante abordar diversas formas de comunicação, que vão além da fala, como expressões faciais, gestos e comunicação alternativa para ajudar pessoas no espectro autista.
Mesmo assim, ainda existem muitos desafios ligados a essa ferramenta de desenvolvimento de linguagem. Por isso, neste texto, você vai entender quais são esses desafios e como essa troca de informações pode ajudar na vida de quem está no espectro.
O que é Comunicação Alternativa?
A Comunicação Alternativa (CA), também conhecida como Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA), é uma área de pesquisa e prática clínica que busca ampliar a capacidade comunicativa de pessoas com deficiência.
Essa abordagem é especialmente útil para aqueles que não conseguem se comunicar de maneira funcional por meio da fala ou da escrita, ou que apresentam habilidades de comunicação limitadas.
Por meio da CA, é possível explorar outros canais de comunicação, como expressões faciais, linguagem corporal, sons e gestos. As intervenções são direcionadas a tornar a comunicação de uma pessoa mais eficaz com aqueles ao seu redor.
Essas estratégias são extremamente importantes para o desenvolvimento global de crianças com autismo, especialmente em termos de inclusão escolar, desenvolvimento de relacionamentos sociais e aquisição de novas habilidades.
Para expandir as possibilidades dentro da CAA, foram criados métodos e ferramentas, como pranchas e cartões de comunicação, por exemplo. Assim, pode existir uma diferença na Comunicação Alternativa com ou sem apoio, quando existe essa necessidade de auxílio.
Qual a diferença entre Comunicação Alternativa com e sem apoio?
Como falamos acima, dentro da CA, foram desenvolvidos métodos e ferramentas, como pranchas de comunicação e cartões visuais, que ampliam as possibilidades de comunicação. A CA pode ser dividida em comunicação com ou sem apoio, dependendo da necessidade individual de cada pessoa.
Na comunicação sem apoio, a pessoa utiliza seu próprio corpo para se comunicar, por meio de piscar os olhos, movimentar a cabeça, fazer sons ou gestos, como na linguagem de sinais. Já na comunicação com apoio, é necessário o uso de recursos externos, como:
- Placas com imagens;
- Fotografias;
- Tablets ou computadores;
- Cartões visuais e
- Sistema de Comunicação por Troca de Figuras (PECS).
Todos os sistemas de CA são iguais?
É importante destacar que existem diferentes sistemas de CA, cada um com suas características e complexidades. Portanto, a organização e o número de símbolos podem variar entre eles.
Alguns exemplos incluem:
- Sistemas tangíveis, que utilizam objetos e miniaturas;
- Sistemas pictográficos, que representam conceitos por meio de imagens padronizadas;
- Sistemas de significação, que envolvem o uso de palavras impressas e escritas.
Comunicação Alternativa no autismo
Quando aplicada no contexto do autismo, a CA é considerada uma forma de tecnologia assistiva (TA), pois permite e amplia a comunicação e a interação da pessoa com os outros ao seu redor.
As terapias de comunicação alternativa no autismo ajudam as pessoas no espectro a se expressarem e se relacionarem melhor, tanto em âmbito familiar quanto escolar ou profissional.
Exemplos de melhorias na comunicação com a CA incluem a redução das ecolalias (imitações e repetições de palavras ou frases) e a diminuição de comportamentos prejudiciais com função comunicativa, como bater em alguém ou em si mesmo. Essas estratégias buscam tornar a comunicação mais compreensível para os outros.
Portanto, é essencial contar com uma equipe multidisciplinar para determinar a estratégia ou sistema de comunicação mais adequado para cada indivíduo e orientar os pais e cuidadores sobre a aplicação da comunicação alternativa no dia a dia.
É importante ressaltar que a falta de adaptação a uma determinada ferramenta não significa que a criança não possa se comunicar, mas sim que é necessário encontrar o treinamento adequado para ela.
Como trabalhar a comunicação no dia a dia?
No cotidiano, os profissionais devem compreender as situações de interação social entre a pessoa autista, os pais e os cuidadores, pois eles são parceiros fundamentais para o sucesso da comunicação alternativa no autismo. O repertório, a motivação e o interesse da criança são essenciais para determinar a melhor abordagem de treinamento e construir as estratégias adequadas.
Por exemplo, se chorar na cozinha é a maneira que a criança pede comida, pode ser muito difícil ensiná-la a dizer “fome” ou “quero comida”. Em vez disso, a família pode entender com os profissionais como desenvolver as habilidades que estão apenas a um passo desse repertório, como alcançar ou apontar para a comida, por exemplo.
O foco é trabalhar a comunicação passo a passo, assim é possível vencer os desafios e expandir o repertório e habilidades que a criança possui. Para fazer isso, é possível:
- Usar frases curtas e diretas;
- Usar linguagem clara e concreta;
- Exagerar o tom da voz quando quiser enfatizar alguma mensagem ou parte dela;
- Fazer perguntas que tenham respostas objetivas, como sim ou não, que podem ser feitas por gestos;
- Permitir que a criança tenha o tempo necessário para responder;
- Estimular o contato visual, notando as expressões faciais e emoções na hora de se comunicar.
A Comunicação Alternativa deixa a criança preguiçosa?
Algumas pessoas acreditam – equivocadamente – que a Comunicação Alternativa torna a criança preguiçosa, limitando sua comunicação apenas ao sistema utilizado. No entanto, a CAA é respaldada por evidências científicas que demonstram que ela estimula o desenvolvimento das habilidades comunicativas, vocabulário e construção de frases em pessoas com TEA.
Essas estratégias têm uma base científica sólida e visam estimular o surgimento e o desenvolvimento da linguagem verbal em pessoas no espectro autista, permitindo que elas se tornem mais independentes e autônomas na comunicação.
A equipe multidisciplinar avaliará constantemente a melhor forma de contribuir para a comunicação e a qualidade de vida da pessoa, enquanto promove a socialização adequada e a criação de uma rede de relacionamentos.
Lembre-se de que todas as pessoas que convivem com a criança precisam ser treinadas para se tornarem bons parceiros de comunicação, a fim de promover sua autonomia.
É importante seguir as orientações dos profissionais e buscar o apoio do profissional de fonoaudiologia responsável pela intervenção sempre que surgirem desafios ou dificuldades relacionadas à comunicação alternativa.
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Conclusão
Embora a comunicação alternativa no autismo apresente desafios, a colaboração entre profissionais, pais e cuidadores, ela desempenha um papel essencial na escolha das estratégias adequadas e no suporte contínuo.
É importante lembrar que cada pessoa é única e pode necessitar de métodos específicos de comunicação adaptados às suas necessidades. Ao longo do processo, é fundamental ter em mente que a comunicação alternativa não torna a criança preguiçosa, mas, pelo contrário, estimula o desenvolvimento da linguagem e a autonomia na comunicação.
Ao investir no desenvolvimento da comunicação alternativa, estamos capacitando as pessoas no espectro autista a se expressarem, se relacionarem e alcançarem seu potencial máximo.
Essas estratégias promovem inclusão social, melhoria da qualidade de vida e o fortalecimento das habilidades comunicativas.
Com orientações adequadas e apoio contínuo, podemos construir um ambiente que valoriza a diversidade da comunicação e torna o mundo mais acessível para todas as pessoas com TEA.
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