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Você já viu algum autista usando um cordão de girassol? Também procurado como “cordão autismo”, esse objeto se tornou um item bastante presente no dia a dia de pessoas com TEA e outras deficiências ocultas.
Nesse contexto, o cordão de girassol tem se destacado como um símbolo de apoio e empoderamento para aqueles que vivenciam deficiências ocultas, principalmente as pessoas autistas.
Ao usar esse cordão, as pessoas que enfrentam condições como autismo e outros transtornos e deficiências invisíveis. Desta forma, é promovida a conscientização e educa a sociedade sobre essas questões e promovendo a aceitação.
Neste artigo, exploraremos a importância desse cordão e como ele está contribuindo para uma sociedade mais inclusiva e acolhedora.
O que o cordão de girassol representa?
Criado em 2016 pelos funcionários do aeroporto Gatwick em Londres, o cordão de girassol é um item utilizado para identificar pessoas que enfrentam desafios diários relacionados à saúde mental e deficiências não visíveis ou doenças raras.
O cordão de girassol é um acessório utilizado como símbolo de conscientização e apoio a pessoas autistas e com deficiências ocultas. Inspirado na beleza e resiliência dos girassóis, esse cordão representa solidariedade e compreensão.
Além disso, o cordão possibilita a identificação e a conexão entre pessoas que possuem essas mesmas condições, permitindo a formação de redes de apoio e proporcionando um senso de pertencimento.
O item também representa empoderamento. Ele simboliza a força e a resiliência daqueles que vivenciam o autismo e as deficiências ocultas, encorajando-os a abraçar sua individualidade e expressar-se livremente, sem medo de serem julgados ou estigmatizados.
Quem pode usar o cordão de girassol?
Geralmente, quem usa o acessório são as pessoas com deficiências ocultas e/ou invisíveis, que são condições de saúde que não são facilmente identificadas ou visíveis externamente.
Diferentemente de deficiências físicas óbvias, como a falta de mobilidade ou a utilização de cadeiras de rodas, as deficiências invisíveis são caracterizadas por sintomas internos ou emocionais que podem não ser visíveis para os outros.
Essas condições podem abranger uma ampla gama de problemas de saúde, como:
- Transtorno do Espectro Autista (TEA);
- Transtornos de ansiedade;
- Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH);
- Transtornos de humor;
- Doenças crônicas;
- Problemas de saúde mental;
- Entre outros.
Embora as pessoas que vivenciam deficiências ocultas possam não apresentar sinais óbvios, isso não significa que não enfrentam desafios significativos em suas vidas diárias.
As deficiências invisíveis podem impactar diferentes aspectos da vida das pessoas, como o desempenho acadêmico, o funcionamento social, a capacidade de concentração, a saúde emocional e a qualidade de vida geral.
No entanto, essas condições podem ser menos compreendidas ou até mesmo negligenciadas, uma vez que podem não ser visíveis externamente.
É importante aumentar a conscientização sobre as deficiências ocultas, para haver uma compreensão e apoio adequados para as pessoas que vivenciam essas condições.
O uso desse cordão tem sido uma maneira de promover a conscientização e a aceitação dessas deficiências, buscando criar uma sociedade mais inclusiva e acolhedora.
Cordão autismo e cordão de girassol são a mesma coisa?
O que acontece é que existe também um cordão com peças de quebra-cabeça que muitas pessoas no espectro usam, ou até mesmo uma versão onde metade são girassóis e metade é de quebra-cabeça.
Esse cordão autismo, também conhecido como fita do autismo ou fita do quebra-cabeça reúne alguns significados, entre eles o antigo símbolo do autismo que é o quebra-cabeça.
Criado em 1963 pela Autism Society e popularizado pela Autism Speaks, o quebra-cabeça é o mais antigo símbolo do autismo. No entanto, ele não é bem aceito pelos autistas. Isso porque um de seus significados é justamente a dificuldade em compreender pessoas no espectro do autismo.
Para quem está no espectro, essa interpretação traz mais prejuízos à causa do que ajuda no entendimento do autismo.
Por isso, essas variações de cordões existem, mas no final buscar representar uma deficiência oculta e trazer mais inclusão, representatividade e espaço para pessoas neurodivergentes na sociedade.
Importante lembrar que o TEA é reconhecido legalmente no Brasil como uma deficiência pela Lei n.º 12.764/2012 (Lei Berenice Piana), todas as pessoas com TEA podem usar o cordão de girassol.
Assim, por meio desta legislação, pessoas no espectro são consideradas pessoas com deficiência para todos os efeitos legais e, portanto, têm os mesmos direitos assegurados e por isso podem usar o cordão de girassol.
Qual a lei do cordão de girassol?
Em 17 de julho de 2023, foi promulgada uma nova alteração na Lei Brasileira de Inclusão, que traz uma importante mudança:
A partir dessa data, o cordão de girassol, que simboliza as “deficiências ocultas”, passa a ser reconhecido como um símbolo nacional de identificação para pessoas com esse tipo de deficiência. Essa modificação está registrada no Artigo 2º-A da LBI.
É importante ressaltar que o uso do cordão de girassol é opcional, e sua ausência não afeta o direito ao exercício dos direitos e garantias previstos em lei.
Além disso, é válido destacar que o uso do símbolo não dispensa a apresentação de um documento comprobatório da deficiência, caso seja solicitado pelo atendente ou pela autoridade competente.
No Brasil, antes mesmo de ser lei nacional, alguns estados já haviam criado leis que reconhecem a importância do uso do cordão do girassol, e que auxiliam no processo de distribuição gratuita para pessoas que se enquadram no uso dele.
Lei 14.444, em Belo Horizonte
Instituiu o uso desse cordão como identificação para pessoas com deficiências invisíveis, garantindo tratamento adequado e evitando constrangimentos. Aprovada por unanimidade, a lei assegura direitos de atenção especial e atendimento prioritário, sem dispensar a apresentação de documento comprobatório da deficiência.
Lei 11.488, no Espírito Santo
O governador Renato Casagrande sancionou a lei Nº 11.488, reconhecendo o uso do desse cordão como um instrumento auxiliar de identificação de pessoas com deficiências ocultas, como o autismo. O acessório consiste em uma faixa verde estampada com girassóis e seu uso é facultativo.
Lei 6.842/2021, no Distrito Federal
No ano de 2021, foi instituída no Distrito Federal a Lei 6.842/2021, que estabelece o Colar de Girassol como um meio de identificação para pessoas com deficiências ocultas. O objetivo é proporcionar atendimentos adequados, evitando constrangimento e reduzindo o estresse enfrentado por essas pessoas em situações rotineiras.
O uso do colar é opcional e não afeta os direitos das pessoas com deficiência. A lei também prevê a orientação de funcionários em estabelecimentos públicos e privados para garantir o devido atendimento aos portadores do colar.
Na Paraíba, um projeto de lei referente ao uso colar do girassol está em votação e aprovação, o mesmo acontece no estado de São Paulo, que ainda não instituiu nenhuma lei referente ao uso do cordão.
Entretanto, mesmo sem as leis, as pessoas já usam o cordão de girassol como
meio de conscientizar ainda mais as pessoas ao redor e promover inclusão.
Conclusão
Como vimos, o cordão de girassol representa mais do que um simples adorno, ele é um símbolo poderoso de solidariedade, compreensão e empoderamento para aqueles que enfrentam desafios diários relacionados à saúde mental e deficiências não visíveis.
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