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Max Park e Feliks Zemdegs no documentário "magos do cubo"

Magos do Cubo: documentário da Netflix fala sobre autismo, hiperfoco e amizade

Pelo nome “Magos do cubo” (tradução do nome original The Speed Cubers) parece ser apenas mais um documentário da plataforma sobre um assunto específico. Mas essa produção audiovisual conta muito mais que uma competição de cubo mágico, mostra também uma história de amizade e hiperfoco para um garoto autista.

Nele vamos conhecer a jornada dos dois maiores recordistas da história do cubo mágico: Max Park e Feliks Zemdegs, em uma relação muito bonita e sincera de amizade, vitórias e derrotas, e até mesmo desenvolvimento sobre a perspectiva da comunicação e interação social, duas dificuldades presentes no TEA.

Em Magos do Cubo podemos ter uma ideia de como é a vida desses competidores, como são suas rotinas, treinamentos e até mesmo maratona de campeonatos. Além disso, ele fala muito sobre o hiperfoco e a importância da amizade no desenvolvimento de pessoas no espectro autista.

Conheça o documentário Magos do Cubo

Max Park e Feliks Zemdegs no documentário "magos do cubo"

Neste documentário de 40 minutos de duração, vamos acompanhar a vida de dois jovens: o australiano Feliks Zemdegs e o americano Max Park, ambos campeões de speed cubing uma modalidade de cubo mágico onde os competidores — sempre crianças ou adolescentes, já que adultos não participam dessa modalidade — tentam resolver o cubo de Rubik em poucos segundos.

Em Magos do Cubo vemos o australiano sendo campeão soberano por quase 1 década nesse esporte, até que em 2017, Max chega e vence a competição, batendo o recorde original de Feliks, que estava invicto desde 2013.

Assim, ao longo do documentário vemos os dois disputando títulos e quebrando cada vez mais recordes nos campeonatos. Mas, o que tinha tudo para ser uma história de rivalidade, se torna uma história de grande amizade, onde entendemos mais sobre os garotos.

A ligação de Magos do Cubo e autismo

Ao longo de “Magos do Cubo”, conhecemos melhor Max Park e descobrimos que ele é uma criança com autismo, que durante seis anos, não engajava em brincadeiras e tinha muita dificuldade nas interações sociais, seja em casa ou na escola.

Mas, em algum momento, Max descobriu um cubo mágico e desenvolveu um hiperfoco sobre o assunto, e aos poucos, ele foi usando dessa característica para melhorar sua interação social e até mesmo desenvolver relacionamentos com pessoas fora da casa.

A família entendeu que a resolução de cubos mágicos poderia ser uma forma de terapia para estimular as habilidades sociais e de desenvolvimento emocional do menino, que via em Feliks uma referência no esporte.

Toda a história do documentário fala sobre como Max foi criando cada vez mais autonomia e independência para participar de campeonatos e desenvolver suas habilidades sociais, com a ajuda do amigo Feliks, que além de ser um rival, se tornou um amigo fundamental ao longo dessa jornada de aprendizado.

Max Park entra para o livro dos recordes com cubo mágico

Durante o evento Pride in Long Beach 2023, em junho na Califórnia, EUA, o americano Max Park resolveu um cubo mágico em 3 segundos, se tornando o mais novo recordista do Hall da Fama do Guinness World Records, o famoso livro dos recordes.

O recorde foi feito na resolução do cubo de quebra-cabeça giratório 3x3x3 em exatos 3,13 segundos, sendo 0,34 segundos a menos que o recorde anterior, do chinês Yusheng Du.

Com essa nova conquista, ele passa a ter cinco recordes mundiais de resolução de cubos mágicos, já que além da versão 3x3x3, ele também é recordista dos cubos 4x4x4, 5x5x5, 6x6x6 e 7x7x7.

Nesse sentido, os pais do menino autista, consideram a prática de cubos mágicos uma ótima terapia para o filho, já que “houve um tempo em que ele não conseguia nem abrir garrafas de água, e agora, tem um desenvolvimento motor excelente”, pontuam.

O hiperfoco como forma de desenvolvimento de crianças autistas

Podemos definir o hiperfoco como uma forma intensa de concentração em determinado assunto, tarefa ou tópico. Ele acontece quando uma pessoa fica em absorção total em determinada atividade ou informação.

Embora algumas pessoas possam ver isso como um aspecto negativo, o hiperfoco também pode ser benéfico e tem um papel importante no desenvolvimento das crianças autistas, como vimos no documentário da Netflix.

Nele, a família de Max usa essa concentração de cubos mágicos para ajudar o menino a desenvolver suas habilidades de comunicação, interação social, regulação emocional e até mesmo motoras.

Assim, diversos profissionais e até mesmo educadoras, usam esse aspecto das crianças com TEA a favor da sua educação e aprendizagem. Isso porque, o cérebro incorpora novos aprendizados por meio das redes neuronais de preferência, que vão se juntando através das experiências vividas e/ou repetidas.

Assim, essa pode ser uma estratégia para agregar sentido nessa formação de redes, trazendo novas informações e ampliando o interesse e conhecimento desses indivíduos. É importante lembrar que, isso precisa ser feito sempre através de atividades de interesse da criança, respeitando seu repertório e aplicando motivação.

Com isso, é possível que as crianças se concentrem em seu interesse de maneira profunda e significativa, desenvolvendo habilidades intelectuais e motoras.

Os pais e professores podem incentivar o hiperfoco nas crianças autistas, fornecendo tempo e recursos para que seus interesses sejam explorados e incentivados.

Por exemplo, se uma criança autista adora trens, é possível fornecer livros, brinquedos e passeios de trem para incentivar ainda mais sua curiosidade e interesse. O hiperfoco pode ser a chave para a aprendizagem e têm demonstrado ser uma ferramenta valiosa para o desenvolvimento de crianças autistas.

Algumas maneiras de usar o hiperfoco de forma positiva são:

  • Para começar uma nova conversa: O hiperfoco pode ser uma ótima ferramenta para diminuir a dificuldade que pessoas no espectro sentem ao começar uma nova conversa ou interação social;
  • Para manter a calma durante situações estressantes: Criar esse foco em um interesse especial ajuda a trazer uma sensação de ordem e calma em momentos imprevisíveis e desafiadores;
  • Para se divertir: Essa também é uma ótima maneira de se divertir e relaxar fazendo algo que gosta, sendo uma forma de respirar e até mesmo recarregar as energias.

Conclusão

“Magos do Cubo” é mais do que um simples documentário sobre cubos mágicos. É uma história emocionante de amizade, aprendizado e desenvolvimento ao longo da vida. Com ele é possível ver, que através das intervenções e estratégias corretas para cada pessoa, é possível ganhar autonomia e independência.

Além disso, entendemos que o hiperfoco pode ser uma ferramenta valiosa no desenvolvimento de crianças autistas. Com o apoio adequado, ele pode levar a uma melhor compreensão e dominação de um tema, além de desenvolver habilidades cognitivas e motoras. Compreender o papel do hiperfoco e incentivar esse estado de atenção pode ajudar as crianças autistas a desenvolver todo o seu potencial.

Outra obra audiovisual da Netflix que fala sobre o hiperfoco no autismo é o dorama “Uma advogada extraordinária”, onde a personagem Woo Young Woo apresenta seu hiperfoco em baleias e também no direito. Para ler, basta clicar no botão:

Conheça a série uma advogada extraordinária

Conheça nosso atendimento para autismo

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