ABA e intervenções para autismo Mãe ensina filho a lavar os pratos na pia.

Como funciona a Análise de Tarefas?

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Isabela Marques

Publicado em 18 de outubro de 2022 Atualizado em 13 de julho de 2023

O termo Análise de Tarefas, ou Task Analysis, significa, de forma simples, pegar uma habilidade e dividi-la em etapas para facilitar o processo e o desenvolvimento da mesma, ou seja, “quebrar a tarefa maior em pequenos pedacinhos”. 

Desta forma, é possível ensinar cada pedacinho desta habilidade maior, de forma pausada, para que a criança consiga entender e aprender cada etapa. 

A Análise de Tarefas é uma Prática Baseada em Evidências Científicas e está dentro das ferramentas utilizadas pela da Análise de Comportamento, conhecida também como Terapia ABA, ou Ciência ABA. 

Neste artigo você vai conhecer mais sobre os benefícios de utilizar a Análise de Tarefas no processo de aprendizagem de crianças autistas. 

O que é ABA?

A Análise do Comportamento Aplicada  (ABA) é uma ciência de ensino e desenvolvimento, que direciona sua intervenção à modificação de comportamentos sociais pelos estudos, e pesquisas da Ciência do Comportamento. 

As intervenções baseadas em ABA permitem a estruturação de um trabalho individualizado, respeitando a singularidade de cada criança, todo o acompanhamento e as intervenções que serão escolhidas consideram  aspectos individuais da criança em questão, moldados  e modificados de acordo com a evolução da criança e as necessidades da família. 

Sendo assim, o acompanhamento se baseia no repertório comportamental pré-existente da criança, e também na evolução comportamental que a mesma passa no decorrer do tratamento.

O acompanhamento de intervenções baseadas na ABA tem ganhado espaço no Brasil, e no mundo todo, principalmente quando se trata do contexto da aprendizagem direcionada a crianças com desenvolvimento atípico. Uma das aplicações das técnicas e métodos da ABA, no acompanhamento de crianças com desenvolvimento atípico é realizada de forma estruturada.

E o foco da mesma consiste em ensinar novos comportamentos. Principalmente os relacionados à linguagem. Bem como, em diminuir a ocorrência de comportamentos estereotipados.

Os comportamentos que o acompanhamento baseado em ABA propõe promover são aqueles que, aplicados ao dia a dia da criança e de sua família, possam aumentar a qualidade de vida dos envolvidos.

O que significa Análise de Tarefas?

De acordo com o procedimento de Análise de Tarefas, dentro do contexto da ABA, a habilidade maior, que foi dividida em pedaços menores, será ensinada para a criança através de pequenos passos a cada vez.

A aprendizagem é realizada de passo a passo. Com um aprendizado aprofundado de cada pedaço menor da habilidade. Até que seja possível chegar a habilidade maior, que é o objetivo final do procedimento.

Alguns dos objetivos da prática da Análise de Tarefas estão relacionados em promover o bem-estar e auxiliar a interação da criança autista com outras pessoas ao redor. Buscando, por exemplo:

  • Desenvolver a tolerância ao contato corporal;
  • Ensinar uma criança a utilizar um sistema alternativo e aumentativo de comunicação; 
  • Ensinar a rotina diária a uma criança.

E como o procedimento funciona na Análise do Comportamento (ABA)?

O procedimento de Análise de Tarefa, dentro da ABA, descomplica, para a criança atípica, a execução de todo o processo de aprendizagem de uma habilidade, principalmente por essa divisão de tarefas de uma habilidade, permitindo que a criança consiga aprender mais e melhor as novas habilidades que estão sendo apresentadas para ela.

Quando e como utilizar a Análise de Tarefas?

A Análise de Tarefas pode ser utilizada em qualquer momento do dia em que a criança precisa cumprir algum objetivo, seja ele uma atividade diária, ou até mesmo realizar a tarefa da escola. 

Os componentes da Análise de Tarefas constituem uma cadeia de comportamentos, e o processo de ensinar o comportamento através do treino e reforço de cada um dos componentes chama-se encadeamento (chaining).

As sequências podem ser ensinadas por fases – da primeira para a última ou em sentido contrário – ou ensinando todas as componentes de uma vez. Esta decisão depende muito da avaliação do profissional e das necessidades de suporte da criança. 

A tarefa de lavar as mãos pode ser dividida em sete etapas, da seguinte forma:

1- Abrir a torneira;

2- Molhar as mãos na água;

3- Colocar sabonete nas mãos molhadas;

4- Esfregar as mãos até fazer espuma;

5- Tirar a espuma com água corrente;

6- Fechar a torneira;

7- Secar as mãos na toalha.

O ensino destas sequências envolve um acompanhamento próximo do responsável em ensinar a tarefa (profissional ou pessoa cuidadora), que pode utilizar suportes visuais, e, eventualmente, ajudas físicas. 

Quando falamos em suporte visuais, muitas vezes é indicado fixar pequenos cartazes, ou criar um quadro, com imagens representativas das sequências a cumprir, para que as crianças possam seguir na ausência da supervisão do adulto. 

Por onde começar?

  • identifique a tarefa que pretende ensinar, seja ela ser tarefas do dia a dia como:
  • Escovar os dentes;
  • Se vestir;
  • Ir ao banheiro;
  • Comer;
  • Escrever o próprio nome; 
  • Fazer a tarefa de matemática;
  • Pintar um desenho.

Ou até mesmo tarefas relacionadas à escrita e aprendizagem, por exemplo: escrever o próprio nome, fazer a tarefa de matemática, pintar um desenho, etc. 

  • Identifique as competências ou conceitos que a criança já detém para desempenhar a tarefa.

Por exemplo: ela consegue segurar a escova de dentes? Quanto tempo consegue ficar sentada no lugar? Quais letras do seu nome conhece? Este passo indica as competências ou conceitos necessários para realizar a tarefa.

  • Divida a tarefa numa sequência de passos – esta é a fase crucial do processo e nem sempre é muito fácil. Veja o exemplo acima da tarefa “lavar as mãos”. 

 

  • Ajuste a sequência de passos às competências da criança – por exemplo, se o objetivo for que a criança fique sentada durante 10 minutos, é preciso ver quanto tempo é que ela é capaz de ficar sentada neste momento e decidir qual será a progressão razoável.

Por exemplo, se a criança consegue estar sentada 2 minutos no início da intervenção, estabeleça objetivos de progressão, aumentando tempo gradualmente, 3 minutos, 5 minutos, até atingir os 10 minutos desejados.

Para que a Análise de Tarefas funcione, é muito importante que o terapeuta aplicador ABA acompanhe o desenvolvimento da criança e entenda quais habilidades ela necessita de maior intervenção, além de, é claro, estar sempre em contato com a pessoa cuidadora para compreender todas as singularidades da criança autista. 

Em nosso blog temos uma categoria dedicada a Terapia ABA, acesse o botão abaixo para conhecer mais sobre essa prática que transforma o processo de aprendizagem.

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