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Com a onda de estádios lotados para o show do Coldplay no Brasil, muitas histórias inspiradoras foram surgindo e ganhando o coração do público. Esse é o caso de Murilo Leal, um adolescente autista muito fã da banda, que sonhava em participar de um show ao vivo.
Durante a entrevista para o programa da TV Globo, o “Fantástico”, a mãe de Murilo, Fernanda Leal, contou que o filho não conseguia pronunciar uma frase completa ao longo de seu crescimento, somente balbuciava palavras, mas sempre estava cantando.
Mas foi aos 9 anos que pronunciou uma frase completa, justamente no período em que ouvia Coldplay com frequência. A partir disso, os pais de Murilo procuraram por um espaço acolhedor onde ele pudesse se desenvolver através da música.
Síndrome de Bardet-Biedl
Murilo tem uma síndrome rara, chamada Bardet-Biedl, uma doença genética que afeta muitos sistemas do corpo, e que faz com que ele perca gradualmente a visão.
É caracterizada por vários sintomas, incluindo a degeneração da retina, obesidade, disfunção renal, polidactilia (presença de dedos extras nas mãos ou nos pés), entre outros. A perda de visão é uma das principais características da síndrome de Bardet-Biedl.
Como ainda não existe uma cura para essa doença, a família de Murilo sempre preocupou com que ele tivesse a oportunidade de vivenciar experiências incríveis para guardar na memória.
Por isso, seu pai moveu uma campanha para que a família de Goiânia fosse até São Paulo para o garoto curtir o show do Coldplay, justamente pela visão de Murilo já estar bem debilitada.
A campanha chegou nas redes sociais e deu super certo! A produção de Coldplay providenciou o melhor acolhimento possível para o garoto, oferecendo suporte também para a família.
Em entrevista para o Fantástico, Chris Martin, o vocalista da banda, confirma com sua equipe: “nós vamos cuidar muito bem dele, não é?”.
Sobre a banda Coldplay
Coldplay é uma banda britânica de rock alternativo que tem como característica principal suas apresentações espetaculares e inclusivas. Chris Martin, o vocalista, sempre se preocupou em dar aos fãs uma experiência única e inesquecível em seus shows.
Uma das iniciativas inclusivas mais marcantes da banda foi durante a turnê “A Head Full of Dreams”, em que eles reservaram um espaço para pessoas com deficiência física, garantindo que eles tivessem uma visão privilegiada do palco e pudessem desfrutar do show com segurança e conforto.
Além disso, a banda também fez parceria com diversas ONGs durante a “A Head Full Of Dreams Tour”, para doar uma parte dos lucros da turnê para instituições que cuidam de pessoas com necessidades especiais. A banda também incentivou seus fãs a fazerem doações em seus shows, a fim de arrecadar mais recursos para essas instituições.
Chris Martin também é conhecido por ser um grande defensor da igualdade de gênero e dos direitos LGBTQIAP+. Durante o show do Coldplay, ele costuma fazer discursos motivacionais sobre esses temas, além de incluir na setlist canções que abordam essas questões, como “Paradise” e “Viva La Vida”.
Coldplay não só é uma banda que produz músicas incríveis, mas se preocupa com a inclusão social e a igualdade de direitos. Eles usam sua influência para conscientizar e apoiar causas importantes, tornando seus shows uma experiência verdadeiramente memorável e inspiradora para todos os fãs presentes.
A musicoterapia como ferramenta de aprendizado e inclusão
Na reportagem do Fantástico, somos apresentados a um projeto social de musicoterapia, que auxilia no desenvolvimento social de pessoas com deficiência através do uso de instrumentos musicais, vocalização e espaço rítmicos.
Em nosso Blog já falamos sobre musicoterapia, uma prática baseada em evidências científicas, que têm se mostrado opção terapêutica muito eficaz para pessoas com autismo. A terapia utiliza a música como uma ferramenta para estimular:
- Comunicação;
- Interação social;
- Expressão emocional.
Além de ajudar a reduzir comportamentos estereotipados e agressivos, além de promover a coordenação motora e a concentração.
A musicoterapia pode ser realizada em grupo ou individualmente, dependendo das necessidades e preferências do paciente. Durante as sessões, o terapeuta utiliza instrumentos musicais, canções e jogos musicais para estimular o desenvolvimento de habilidades como a comunicação verbal e não verbal, a coordenação motora e a expressão emocional.
A música pode ser uma forma de comunicação e expressão que é mais acessível para pessoas com autismo, que muitas vezes têm dificuldades para se comunicar e interagir socialmente.
E foi o caso de Murilo, pois através da canção do Coldplay ele conseguiu se conectar com os pais, o irmão mais velho, amigos e muitos fãs da banda que se sentiram emocionados ao conhecer a trajetória do garoto.
Assista à matéria completa do Fantástico: