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andar na ponta dos pés

Andar na ponta dos pés é sinal de autismo?

Andar na ponta dos pés é um comportamento bastante comum em crianças, principalmente nas mais novas que estão começando a aprender a andar. No entanto, quando esse comportamento deixa de ser pontual e passa a ser algo mais presente na rotina, muitas famílias acabam se preocupando e perguntando se esse pode ser um sinal de autismo.

Apesar de não ser um hábito exclusivo no autismo, o andar na ponta dos pés persistentemente tem sim uma frequência maior em crianças com TEA, podendo afetar até 30% delas. Isso porque, ele pode estar ligado aos sinais de atraso no desenvolvimento infantil.

Neste artigo, você entenderá melhor o que é autismo, quais os seus sinais e se o ato de andar na ponta dos pés está relacionado ao TEA. Continue a leitura!

O que é autismo?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades na comunicação e interação social e pela presença de padrões de comportamentos restritos e repetitivos.

Por ser um espectro e mudar como as pessoas veem e interagem com o mundo, algumas pessoas com autismo podem ter dificuldade em se comunicar, outras podem ter comportamentos repetitivos e interesses restritos, enquanto outras podem ter dificuldade em interpretar as emoções dos outros.

Seus sinais podem ser percebidos ainda na primeira infância, e cada criança ou adulto com TEA pode apresentar diferentes níveis de necessidade de suporte. Ou seja, enquanto alguns precisam de maior apoio para realizar atividades básicas do dia a dia, outros têm maior facilidade em algumas ações.

Qual a ligação de andar na ponta dos pés e autismo?

Andar na ponta dos pés é um comportamento comum em crianças pequenas, principalmente nas que estão aprendendo a andar. Isso pode ser explicado pelo fato de que as crianças continuam se acostumando com o peso do corpo e com o equilíbrio.

O termo médico para esse comportamento é marcha em pontas idiopáticas, que acontece por conta da falta de contato do calcanhar com o chão, na fase inicial do andar. Geralmente, esse hábito aparece durante o desenvolvimento da marcha e fica com a criança até os 2 anos.

Esse andar na ponta dos pés acontece quando a criança está passando pelo seu desenvolvimento psicomotor, já que ela ainda não consegue apoiar a planta do pé no chão por completo.

A maioria das crianças modifica esse comportamento naturalmente com o passar do tempo, e conforme alcança novos marcos do desenvolvimento das habilidades motoras, mas, em alguns casos, pode estar relacionado a autismo.

Crianças com autismo podem andar na ponta dos pés para estimular seus sentidos ou como uma maneira de se acalmar. Esse comportamento também pode estar relacionado a dificuldades motoras e de equilíbrio.

Além disso, estudos sugerem que esse padrão pode estar relacionado com uma hipersensibilidade, sendo uma forma de reduzir o estímulo tátil, amenizando o perfil sensorial da pessoa.

Isso quer dizer que quando o bebê começa aprender a andar, ele passa a sentir e processar as informações captadas pela sola dos pés, o que pode não ser tão confortável dependendo da textura ou temperatura, por exemplo.

Outro fator que relaciona o andar na ponta dos pés com o autismo é o sistema vestibular disfuncional, ou seja, o processo que o nosso cérebro tem de dar comandos sobre como movimentaremos o nosso corpo. Para pessoas no espectro essa disfunção acontece e o organismo não trabalha exatamente como deveria, criando novos padrões de movimento.

Andar na ponta dos pés pode estar relacionado com outros diagnósticos

Apesar do andar na ponta dos pés ter algum tipo de relação com o diagnóstico de autismo, é importante ressaltar que esse comportamento não é um sinal definitivo de TEA, podendo estar relacionado com outras condições.

Além do transtorno do espectro autista, o andar na ponta dos pés pode estar relacionado com:

  • Tendão de Aquiles encurtado: parte do corpo que liga os músculos da perna com o calcanhar, e quando muito curto, pode acabar impedindo o calcanhar de tocar o chão;
  • Paralisia Cerebral: esse distúrbio pode desencadear diversas barreiras de postura e movimento, como o andar na ponta dos pés;
  • Distrofia muscular: na distrofia as fibras musculares são muito propensas a sofrerem danos e ficarem mais fracas ao longo do tempo, dificultando o caminhar.

É fundamental lembrar que o diagnóstico do autismo é clínico, feito por profissionais da saúde qualificados, como um neuropediatra ou psiquiatra infantil, após uma avaliação cuidadosa dos sinais da criança.

Assim, se desconfiar que sua criança está no espectro e apresenta outros sinais além do andar na ponta dos pés, procure um médico quanto antes e converse sobre suas observações. Esse é um passo importante para que a criança possa começar as intervenções precoces e ganhar independência e autonomia.

criança e terapeuta ocupacional brincando

Quais os riscos de andar na ponta dos pés?

Independente do hábito de andar na ponta dos pés estar ou não ligado ao diagnóstico de autismo, é importante que esse comportamento seja modificado conforme a criança vai crescendo e desenvolvendo novas habilidades motoras.

Isso porque, isso pode enfraquecer a musculatura dos pés e da perna, gerando dificuldade de usar a panturrilha para se impulsionar para frente ao caminhar. Além disso, quadris, joelhos e coluna podem receber uma sobrecarga de extra quando isso acontece, podendo levar a dores e futuras lesões.

Também é importante observar esse comportamento relacionando-o às interações sociais, já que algo assim por toda a vida pode prejudicar a criança na hora de se relacionar com outras pessoas.

A terapia de integração social é feita na Terapia Ocupacional e também os exercícios de Fisioterapias são ótimas maneiras de realizar alongamento e estímulos para o andar. Por isso, é muito importante conversar com a equipe multidisciplinar que acompanha o desenvolvimento da criança e encontrar ações que auxiliem na qualidade de vida e bem-estar.

Aqui em nosso blog temos um conteúdo completo sobre integração sensorial e a importância desse processo na vida de pessoas com TEA, vale muito a leitura!

Integração Sensorial no Autismo

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