Pesquisar
torne-se
3
especialidades
5
data-curso-360
2
5
07-curso
Dias
Horas
Min
Dias
Horas
Min
Mão segurando um lápis e preenchendo um questionário simbolizando.

Escala ABC no autismo: como fazer a coleta de dados?

Se você é um familiar, pessoa cuidadora ou profissional que trabalha com crianças no espectro do autismo, entender e utilizar a Escala ABC no autismo pode ser uma ferramenta valiosa para avaliar o comportamento da criança e desenvolver estratégias eficazes de intervenção.

O diagnóstico de autismo ainda é algo que pode gerar bastantes dúvidas em famílias e pessoas cuidadoras. Isso porque, muitas pessoas ficam sem saber qual o momento certo para buscar ajuda profissional.

Ao contrário de outras condições, não existe nenhum exame que possa detectar o TEA. Dessa forma, ele é feito clinicamente por especialistas da saúde, sempre com base nas observações clínicas, entrevistas com família ou aplicações de testes de avaliação neuropsicológica, como a Escala ABC, por exemplo.

Esse teste é usado para guiar profissionais na hora de entender e identificar se uma pessoa apresenta sinais de atraso no desenvolvimento, e avaliar os comportamentos de pessoas no espectro.

Neste artigo, explicamos mais sobre o que é a Escala ABC no autismo e como os terapeutas podem fazer a coleta de dados durante a intervenção.

O que é Escala ABC?

Desenvolvida em 1980, a Escala ABC é uma lista de checagem de comportamento no TEA, que pode ser aplicada a partir dos 18 meses de idade até a vida adulta, permitindo uma descrição detalhada de diversas características comportamentais atípicas de cada pessoa.

Traduzida do inglês Autism Behavior Checklist, essa escala faz parte de cinco subtestes que compõem o instrumento ASIEP-2 (Autism Screening Instrument for Educational Planning-2).

Esse instrumento é uma listagem de comportamentos não adaptativos, que busca identificar e avaliar comportamentos suspeitos de crianças que podem estar no espectro autista.

A escala ABC para autismo é composta de um questionário de 57 itens que foram elaborados para a avaliação de comportamentos autistas em populações que apresentam deficiência intelectual.

No Brasil, essa lista foi traduzida e adaptada para ICA (Inventário de Comportamentos Autísticos).

Como funciona a Escala ABC no autismo?

Na Escala ABC no autismo encontramos uma listagem de comportamentos e características comuns em crianças no espectro, que serve como um protocolo de triagem e avaliação para comparação de pessoas.

Basicamente, seus itens mostram os desafios de uma pessoa em responder adequadamente às situações da vida diária.

Além disso, alguns estudos usam dela como um questionário em forma de entrevista para os pais ou pessoas cuidadoras. O objetivo principal é ajudar no diagnóstico das crianças com suspeita de TEA e encaminhá-las para as intervenções adequadas com os profissionais certos.

É fundamental que a escala ABC no autismo seja colocada em prática através do registro minucioso de todos os comportamentos, antecedentes e consequências.

Só assim é possível observar porque determinado padrão acontece, e quais são os comportamentos reforçadores. Vamos conhecer essas etapas:

Antecedente

menina correndo em casa

Entendemos os antecedentes como um evento ou situação que vem antes de qualquer comportamento. Ele pode ser descrito como um “gatilho” para a ação seguinte.

Alguns exemplos de antecedente são: eventos (como um telefone tocando), pessoas ou objetos. Todos esses são sinais no ambiente de que um indivíduo irá fazer algo.

Comportamento

menino sentando no chão da sala

Quando pensamos no comportamento, estamos falando de qualquer ação que pode ser contada, observada ou cronometrada. Nessa escala os definimos de forma bem específica, para que todas as pessoas que estejam com a criança saibam o que está acontecendo e o que precisa ser observado.

Podemos pensar em exemplos como: participar de uma brincadeira, escovar os dentes, trocar de roupa, pedir para usar o banheiro ou até mesmo se jogar no chão quando precisa ir para a escola.

Consequência

mãe e filho sentando no sofá

Por fim, as consequências vão descrever o que acontece imediatamente após os comportamentos, como uma resposta ou efeito a determinada ação. Precisamos lembrar que algumas delas são naturais, como atenção de alguém em uma brincadeira, e outras são planejadas, como, por exemplo, afastar a criança da brincadeira após ela machucar alguém.

Diferente dos comportamentos aprendidos ao longo dos anos, por imitação, observação ou ensino, as consequências são respostas, que ajuda a manter esse padrão, fazendo com que eles continuem ou deixem de existir.

Por isso, o aprendizado é muito importante aqui, já que pode ajudar a diminuir comportamentos desafiadores ou crises, por exemplo.

Como é aplicada a Escala ABC no autismo?

Esse teste ABC foi desenvolvido a partir de diversos registros de comportamentos, selecionados de 9 instrumentos usados como uma triagem inicial de identificação de TEA em pessoas.

Cada um dos 57 itens da escala, em sua forma de descrição comportamental, foi agrupado em 5 áreas de sintomas:

  • Sensorial;
  • Relacionamentos;
  • Uso do corpo e de objetos;
  • Linguagem;
  • Habilidades sociais e de autocuidado.

Dessa forma, a coleta de dados por meio da Escala ABC garante pontos importantes para o desenvolvimento saudável das crianças, como:

  • Compreensão do comportamento: Ela ajuda a entender por que a criança age de determinada maneira, proporcionando insights sobre suas necessidades, medos e desejos;
  • Personalização da intervenção: Com base nos dados coletados, é possível desenvolver estratégias de intervenção individualizadas, focadas em promover comportamentos desejáveis e reduzir os indesejáveis;
  • Acompanhamento de progresso: Ao coletar dados regularmente, é possível acompanhar o progresso da criança ao longo do tempo e ajustar as intervenções conforme necessário.

Como é feita a coleta de dados na escala ABC no autismo?

Para realizar a coleta de dados na escala ABC existe um protocolo de marcação para cada comportamento da criança. Cada item pode pontuar de 1 a 4, já determinado previamente segundo o grau de associação ao comportamento patológico.

Cada uma dessas 5 áreas será registrada com uma pontuação parcial, além de uma pontuação global de todas. Dessa forma, a pontuação final pode ser:

  • 68 pontos ou mais — a criança é considerada com autismo;
  • Entre 54 e 67 — indicada uma probabilidade moderada de ter autismo;
  • Entre 47 e 53 — considerada duvidosa para o diagnóstico;
  • Abaixo de 47 — indica criança típica.

Essa lista tem sido amplamente usada em diversos países, tanto na investigação do laudo, quanto na prática clínica. Isso por conta de sua facilidade de aplicação e baixo custo.

Além disso, não podemos esquecer que, assim como outras listas e questionários, a Escala ABC no autismo é um instrumento complementar para o diagnóstico do transtorno, por isso, incapaz de afirmar isoladamente o laudo de alguém no espectro.

É essencial que a família converse com os profissionais e eles façam um diagnóstico clínico completo.

Conclusão

A Escala ABC no autismo é uma ferramenta eficaz para entender o comportamento de crianças que apresentam suspeita do Transtorno do Espectro Autista.

Ao coletar dados de forma sistemática, os profissionais responsáveis pelo desenvolvimento infantil estarão em uma posição melhor para planejar e garantir estratégias de intervenção personalizadas que promovam o crescimento e o bem-estar da criança.

Por isso, é fundamental envolver profissionais de saúde e terapeutas para obter orientação especializada durante esse processo e garantir que ele seja feito de forma correta.

No blog da Genial Care, estamos comprometidos em fornecer informações úteis e relevantes para apoiar familiares, pessoas cuidadoras e profissionais que trabalham com crianças autistas.

Se você é um terapeuta especializado e deseja transformar o cenário do autismo no Brasil, clique no banner abaixo:

Banner sobre a Rede Genial de terapeutas com mulher e uma menina brincando com bolhas de sabão.

Conheça nosso atendimento para autismo

Esse artigo foi útil para você?

MEC: novas diretrizes para educação de crianças com autismo Just Dance + 3 jogos virtuais para conscientização da neurodiversidade Pessoas com TEA tem direito ao Benefício de prestação continuada (BPC)? 20/10 | Dia Mundial de combate ao Bullying Diagnóstico de autismo: por onde começar? Bradesco Saúde: novo plano de saúde parceiro da Genial Care Apraxia da fala: como ela impacta pessoas autistas? 4 Sinais de AUTISMO em bebês 13/10: dia do terapeuta ocupacional Dia mundial da Saúde Mental Jornada da Terapia Ocupacional – Integração Sensorial 29/10 – ONLINE Debate sobre neurodivergência na Alesp: veja como foi 21/09: Luta Nacional das Pessoas com Deficiências (PCDs) Rock in Rio: sala sensorial para pessoas autistas e com deficiências ocultas Omint: novo plano de saúde parceiro da Genial Care O que é rigidez cognitiva? Como usamos a CAA aqui na Genial Care? Dia do Psicólogo: entenda a importância do profissional no autismo Psicomotricidade: saiba o que é e qual sua relação com Autismo 3 séries sul-coreanas sobre autismo pra você conhecer! 5 atividades extracurriculares para integração social de crianças no TEA Existe reembolso para autismo pelo plano de saúde? Como ajudar crianças com TEA a treinar habilidades sociais? Câmara aprova projeto que visa contratação de pessoas autistas O que é Integração sensorial de Ayres? Olimpíadas 2024: conheça a história e atletas com TEA Dia Mundial de Conscientização da Síndrome do X Frágil Dia Nacional do Futebol: inclusão e emoções das pessoas com TEA Se o autismo não é uma doença, por que precisa de diagnóstico? Aprovado Projeto de Lei que obriga SUS aplicar a escala M-CHAT em crianças de 2 anos Dia mundial do Rock: conheça 5 bandas com integrantes autistas Como aproveitar momentos de lazer com sua criança autista? Senado: debate público sobre inclusão educacional de pessoas com TEA Emoções no autismo: saiba como as habilidades emocionais funcionam Dia do cinema nacional: conheça a Sessão Azul Por que precisamos do Dia do Orgulho Autista? Conheça o estudo retratos do autismo no Brasil 2023 | Genial Care Dia Mundial do Meio Ambiente: natureza e a interação de crianças TEA Pessoas com TEA tem direito ao Benefício de prestação continuada (BPC)? Cássio usa camiseta com número em alusão ao Autismo Marcos Mion visita abrigo que acolhe pessoas autistas no RS Existem alimentos que podem prejudicar a saúde de pessoas autistas? Escala M-CHAT fica de fora da Caderneta da Criança O que são níveis de suporte no autismo? Segunda temporada de Heartbreak High já disponível na Netflix Símbolos do autismo: Veja quais são e seus significados Dia Mundial de Conscientização do Autismo: saiba a importância da data Filha de Demi Moore e Bruce Willis revela diagnóstico de autismo Brinquedos para autismo: tudo que você precisa saber! Dia internacional das mulheres: frases e histórias que inspiram Meltdown e Shutdown no autismo: entenda o que significam Veja o desabafo emocionante de Felipe Araújo sobre seu filho autista Estádio do Palmeiras, Allianz Parque, inaugura sala sensorial Peça teatral AZUL: abordagem do TEA de forma lúdica 6 personagens autistas em animações infantis Canabidiol no tratamento de autismo Genial Care recebe R$ 35 milhões para investir em saúde atípica Autismo e plano de saúde: 5 direitos que as operadoras devem cobrir Planos de saúde querem mudar o rol na ANS para tratamento de autismo Hipersensibilidade: fogos de artifício e autismo. O que devo saber? Intervenção precoce e TEA: conheça a história de Julie Dutra Cezar Black tem fala capacitista em “A Fazenda” Dia do Fonoaudiólogo: a importância dos profissionais para o autismo Como é o dia de uma terapeuta ocupacional na rede Genial Care? O que é rigidez cognitiva? Lei sugere substituição de sinais sonoros em escolas do Rio de janeiro 5 informações que você precisa saber sobre o CipTea Messi é autista? Veja porque essa fake news repercute até hoje 5 formas Geniais de inclusão para pessoas autistas por pessoas autistas Emissão de carteira de pessoa autista em 26 postos do Poupamento 3 torcidas autistas que promovem inclusão nos estádios de futebol Conheça mais sobre a lei que cria “Centros de referência para autismo” Como a Genial Care realiza a orientação com os pais? Dia das Bruxas | 3 “sustos” que todo cuidador de uma criança com autismo já levou Jacob: adolescente autista, que potencializou a comunicação com a música! Síndrome de asperger e autismo leve são a mesma coisa? Tramontina cria produto inspirado em criança com autismo Como a fonoaudiologia ajuda crianças com seletividade alimentar? Genial Care Academy: conheça o núcleo de capacitação de terapeutas Como é ser um fonoaudiólogo em uma Healthtech Terapeuta Ocupacional no autismo: entenda a importância para o TEA Como é ser Genial: Mariana Tonetto CAA no autismo: veja os benefícios para o desenvolvimento no TEA Cordão de girassol: o que é, para que serve e quem tem direito Como conseguir laudo de autismo? Conheça a rede Genial para autismo e seja um terapeuta de excelência Educação inclusiva: debate sobre acompanhantes terapêuticos para TEA nas escolas Letícia Sabatella revela ter autismo: “foi libertador” O que é discalculia e qual sua relação com autismo? Rasgar papel tem ligação com o autismo? Quem é Temple Grandin? | Genial Care Irmãos gêmeos tem o mesmo diagnóstico de autismo? Parece autismo, mas não é: transtornos comumente confundidos com TEA Nova lei aprova ozonioterapia em intervenções complementares Dicas de como explicar de forma simples para crianças o que é autismo 5 livros e HQs para autismo para você colocar na lista! Como é para um terapeuta trabalhar em uma healthcare? Lei n°14.626 – Atendimento Prioritário para Pessoas Autistas e Outros Grupos Como fazer um relatório descritivo?