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Escala ABC no autismo: como fazer a coleta de dados?

Se você é um familiar, pessoa cuidadora ou profissional que trabalha com crianças no espectro do autismo, entender e utilizar a Escala ABC no autismo pode ser uma ferramenta valiosa para avaliar o comportamento da criança e desenvolver estratégias eficazes de intervenção.

O diagnóstico de autismo ainda é algo que pode gerar bastantes dúvidas em famílias e pessoas cuidadoras. Isso porque, muitas pessoas ficam sem saber qual o momento certo para buscar ajuda profissional.

Ao contrário de outras condições, não existe nenhum exame que possa detectar o TEA. Dessa forma, ele é feito clinicamente por especialistas da saúde, sempre com base nas observações clínicas, entrevistas com família ou aplicações de testes de avaliação neuropsicológica, como a Escala ABC, por exemplo.

Esse teste é usado para guiar profissionais na hora de entender e identificar se uma pessoa apresenta sinais de atraso no desenvolvimento, e avaliar os comportamentos de pessoas no espectro.

Neste artigo, explicamos mais sobre o que é a Escala ABC no autismo e como os terapeutas podem fazer a coleta de dados durante a intervenção.

O que é Escala ABC?

Desenvolvida em 1980, a Escala ABC é uma lista de checagem de comportamento no TEA, que pode ser aplicada a partir dos 18 meses de idade até a vida adulta, permitindo uma descrição detalhada de diversas características comportamentais atípicas de cada pessoa.

Traduzida do inglês Autism Behavior Checklist, essa escala faz parte de cinco subtestes que compõem o instrumento ASIEP-2 (Autism Screening Instrument for Educational Planning-2).

Esse instrumento é uma listagem de comportamentos não adaptativos, que busca identificar e avaliar comportamentos suspeitos de crianças que podem estar no espectro autista.

A escala ABC para autismo é composta de um questionário de 57 itens que foram elaborados para a avaliação de comportamentos autistas em populações que apresentam deficiência intelectual.

No Brasil, essa lista foi traduzida e adaptada para ICA (Inventário de Comportamentos Autísticos).

Como funciona a Escala ABC no autismo?

Na Escala ABC no autismo encontramos uma listagem de comportamentos e características comuns em crianças no espectro, que serve como um protocolo de triagem e avaliação para comparação de pessoas.

Basicamente, seus itens mostram os desafios de uma pessoa em responder adequadamente às situações da vida diária.

Além disso, alguns estudos usam dela como um questionário em forma de entrevista para os pais ou pessoas cuidadoras. O objetivo principal é ajudar no diagnóstico das crianças com suspeita de TEA e encaminhá-las para as intervenções adequadas com os profissionais certos.

É fundamental que a escala ABC no autismo seja colocada em prática através do registro minucioso de todos os comportamentos, antecedentes e consequências.

Só assim é possível observar porque determinado padrão acontece, e quais são os comportamentos reforçadores. Vamos conhecer essas etapas:

Antecedente

menina correndo em casa

Entendemos os antecedentes como um evento ou situação que vem antes de qualquer comportamento. Ele pode ser descrito como um “gatilho” para a ação seguinte.

Alguns exemplos de antecedente são: eventos (como um telefone tocando), pessoas ou objetos. Todos esses são sinais no ambiente de que um indivíduo irá fazer algo.

Comportamento

menino sentando no chão da sala

Quando pensamos no comportamento, estamos falando de qualquer ação que pode ser contada, observada ou cronometrada. Nessa escala os definimos de forma bem específica, para que todas as pessoas que estejam com a criança saibam o que está acontecendo e o que precisa ser observado.

Podemos pensar em exemplos como: participar de uma brincadeira, escovar os dentes, trocar de roupa, pedir para usar o banheiro ou até mesmo se jogar no chão quando precisa ir para a escola.

Consequência

mãe e filho sentando no sofá

Por fim, as consequências vão descrever o que acontece imediatamente após os comportamentos, como uma resposta ou efeito a determinada ação. Precisamos lembrar que algumas delas são naturais, como atenção de alguém em uma brincadeira, e outras são planejadas, como, por exemplo, afastar a criança da brincadeira após ela machucar alguém.

Diferente dos comportamentos aprendidos ao longo dos anos, por imitação, observação ou ensino, as consequências são respostas, que ajuda a manter esse padrão, fazendo com que eles continuem ou deixem de existir.

Por isso, o aprendizado é muito importante aqui, já que pode ajudar a diminuir comportamentos desafiadores ou crises, por exemplo.

Como é aplicada a Escala ABC no autismo?

Esse teste ABC foi desenvolvido a partir de diversos registros de comportamentos, selecionados de 9 instrumentos usados como uma triagem inicial de identificação de TEA em pessoas.

Cada um dos 57 itens da escala, em sua forma de descrição comportamental, foi agrupado em 5 áreas de sintomas:

  • Sensorial;
  • Relacionamentos;
  • Uso do corpo e de objetos;
  • Linguagem;
  • Habilidades sociais e de autocuidado.

Dessa forma, a coleta de dados por meio da Escala ABC garante pontos importantes para o desenvolvimento saudável das crianças, como:

  • Compreensão do comportamento: Ela ajuda a entender por que a criança age de determinada maneira, proporcionando insights sobre suas necessidades, medos e desejos;
  • Personalização da intervenção: Com base nos dados coletados, é possível desenvolver estratégias de intervenção individualizadas, focadas em promover comportamentos desejáveis e reduzir os indesejáveis;
  • Acompanhamento de progresso: Ao coletar dados regularmente, é possível acompanhar o progresso da criança ao longo do tempo e ajustar as intervenções conforme necessário.

Como é feita a coleta de dados na escala ABC no autismo?

Para realizar a coleta de dados na escala ABC existe um protocolo de marcação para cada comportamento da criança. Cada item pode pontuar de 1 a 4, já determinado previamente segundo o grau de associação ao comportamento patológico.

Cada uma dessas 5 áreas será registrada com uma pontuação parcial, além de uma pontuação global de todas. Dessa forma, a pontuação final pode ser:

  • 68 pontos ou mais — a criança é considerada com autismo;
  • Entre 54 e 67 — indicada uma probabilidade moderada de ter autismo;
  • Entre 47 e 53 — considerada duvidosa para o diagnóstico;
  • Abaixo de 47 — indica criança típica.

Essa lista tem sido amplamente usada em diversos países, tanto na investigação do laudo, quanto na prática clínica. Isso por conta de sua facilidade de aplicação e baixo custo.

Além disso, não podemos esquecer que, assim como outras listas e questionários, a Escala ABC no autismo é um instrumento complementar para o diagnóstico do transtorno, por isso, incapaz de afirmar isoladamente o laudo de alguém no espectro.

É essencial que a família converse com os profissionais e eles façam um diagnóstico clínico completo.

Conclusão

A Escala ABC no autismo é uma ferramenta eficaz para entender o comportamento de crianças que apresentam suspeita do Transtorno do Espectro Autista.

Ao coletar dados de forma sistemática, os profissionais responsáveis pelo desenvolvimento infantil estarão em uma posição melhor para planejar e garantir estratégias de intervenção personalizadas que promovam o crescimento e o bem-estar da criança.

Por isso, é fundamental envolver profissionais de saúde e terapeutas para obter orientação especializada durante esse processo e garantir que ele seja feito de forma correta.

No blog da Genial Care, estamos comprometidos em fornecer informações úteis e relevantes para apoiar familiares, pessoas cuidadoras e profissionais que trabalham com crianças autistas.

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