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A percepção visual está diretamente ligada ao aprendizado e desenvolvimento da comunicação social de uma pessoa.
Baseada na psicologia das formas chamada de Gestalt, essa percepção visual está associada a um conjunto de princípios visuais que nos ajuda a selecionar, organizar e dar significado ao que está sendo visto.
É por meio dela que conseguimos criar processos cognitivos mentais que permitem ao nosso corpo visualizar imagens e conceitos através dos sentidos, possibilitando habilidades de criação, expressão, raciocínio e até mesmo sobrevivência.
Para ajudar você a entender mais sobre esse assunto, neste artigo, focamos em explicar o déficit na percepção visual no autismo e como a Terapia Ocupacional pode contribuir com essa dificuldade. Acompanhe na leitura!
O que é percepção visual?
Quando falamos de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), precisamos considerar que muitas delas possuem disfunções sensoriais, diversas vezes manifestadas através da hipersensibilidade.
Isso pode criar barreiras e desafios para aprendizagem e realização de ações simples da vida diária.
Antes do nosso cérebro compreender as coisas que vimos, todas elas são submetidas a um rápido processo de interpretação. Essa capacidade de organizar, selecionar e criar significado ao que está sendo visto pelos nossos olhos é chamada de percepção visual.
Apesar de parecer algo simples e automático, esse é um dos processos mais importantes das funções executivas de uma pessoa, afinal, é por meio dele que podemos compreender o mundo ao nosso redor.
Essa habilidade faz parte de um trabalho cognitivo complexo, que precisa ser aprimorado desde a infância.
Isso porque, com todos os aprendizados, estímulos e referências visuais ao longo da vida, nosso cérebro vai aprendendo a decifrar e criar significado a tudo que vemos, de forma coerente e coesa.
Antes mesmo de aprendermos a nos comunicar verbal ou gestualmente, a informação visual faz parte do nosso repertório de registro e conhecimento do meio, por isso, ela é tão fundamental no aprendizado e compreensão dos ambientes que estamos inseridos e a como reagimos a eles.
Como o déficit na percepção visual atrapalha no desenvolvimento infantil?
O déficit na percepção visual pode causar grande impacto no desenvolvimento de crianças com TEA, já que ele contribui para falta de compreensão do que está sendo visto e experienciado.
Isso acontece porque o cérebro autista tem dificuldade de reconhecer, processar, organizar e interpretar as imagens visuais e informações corretamente ou até mesmo completamente.
Como quase todas as atividades educacionais demandam bastantes habilidades cognitivas, motoras e de percepção visual das crianças, esse déficit pode comprometer o aprendizado da escrita e leitura, criando dificuldades para:
- Escrever e desenhar;
- Diferenciar letras, palavras e números parecidos;
- Perceber contrastes e detalhes finos em imagens;
- Diferenciar formas nos objetos;
- Desenvolver memória sequencial e visual;
- Compreender diferenças e semelhanças entre objetos;
- Desenvolver a percepção espacial (saber se algo está longe ou perto);
- Perceber os limites e contornos de objetos;
- Realizar movimentos coordenados;
- Conseguir diferenciar e separar objetos do plano de fundo.
Quais profissionais ajudam a alcançar percepção visual?
Quando pensamos na disfunção do processamento sensorial, que é a dificuldade em lidar com informações visuais, sonoras ou a toques, estamos falando prioritariamente das práticas realizadas pelos profissionais de Terapia Ocupacional.
Esses terapeutas focam em promover, manter e desenvolver habilidades necessárias para que as crianças no espectro possam se adaptar funcionalmente ao dia a dia, independente do ambiente que estejam presentes.
Segundo um artigo publicado em 2017, estima-se que 40 a 90% das pessoas com TEA tenham alguma disfunção da integração sensorial, o processamento de texturas, movimento, brilho, formas e outros, e que aprendem predominantemente através das conexões visuais.
Dessa forma, é fundamental que existam intervenções focadas no desenvolvimento das habilidades de percepção visual para que essas pessoas consigam se desenvolver de forma autônoma e independente.
Como a Terapia Ocupacional pode ajudar?
Os profissionais de T.O. fazem uma avaliação inicial, entendendo qual o repertório e nível de necessidade e suporte da criança, para assim, proporcionar estratégias que incentivam a melhora dessa percepção por meio de brincadeiras e exercícios.
Essas atividades irão incentivar a criança a diferenciar objetos por meio de suas características, compreendendo tons mais claros e escuros, formas maiores ou menores e até mesmo completando figuras ou agrupando objetos parecidos.
Para as atividades serem assertivas e de acordo com as necessidades individuais, é importante que haja o entendimento do sistema visual humano e como ele se aperfeiçoa em cada fase da vida.
Nesse aspecto, os terapeutas ocupacionais irão estudar os marcos do desenvolvimento infantil e o caminho evolutivo de cada indivíduo.
Na primeira infância, esse desenvolvimento ocorre de forma mais acentuada, por isso, é o melhor momento para proporcionar os estímulos visuais e aprimorar as habilidades.
Por exemplo, se a criança tem muita dificuldade em entender uma determinada forma, T.Os vão estimular essa percepção, construindo esse repertório gradativamente.
Apesar de ser muito importante que a família e pessoas cuidadoras ajudem a pessoa no espectro a desenvolver a percepção visual, é fundamental que exista uma orientação e acompanhamento profissional.
Apenas terapeutas especializados podem ajudar com as atividades corretas. Para ajudar, também temos um conteúdo sobre atividades e brincadeiras sensoriais que podem ser feitas em casa e para a primeira infância (de 0 a 5 anos).
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Conclusão
O déficit na percepção visual no autismo está diretamente ligado às dificuldades do cérebro de selecionar, organizar, processar e dar significado a tudo que está sendo visto. Por isso, para pessoas no espectro, é mais difícil criar conceitos e imagens que ajudem na expressão e compreensão do mundo.
Nesse sentido, a Terapia Ocupacional tem grande impacto em garantir que pessoas com déficit de percepção visual tenham um desenvolvimento saudável e alcance qualidade de vida ao longo de suas rotinas.
Com essa especialidade, é possível reconstruir as conexões visuais e oferecer às crianças com autismo a oportunidade de explorar e compreender o mundo de maneira profunda e significativa.
Mas, a terapia ocupacional vai muito além disso! Aqui em nosso blog falamos sobre diversas estratégias de T.O. para crianças no espectro autistas, que resultam em um desenvolvimento mais saudável e eficaz, sempre baseadas em evidências científicas.
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Terapia Ocupacional no autismo