Como é o dia de uma terapeuta ocupacional na rede Genial Care?

Heloise Rissato
Publicado em 09 de setembro de 2022 Atualizado em 19 de maio de 2023
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Apesar de ser um transtorno bastante comum em crianças, muitas pessoas ainda não conhecem a apraxia da fala e não sabem como tratá-la. Esse distúrbio motor da fala é caracterizado pela dificuldade de planejar e programar as sequências dos movimentos da fala, criando erros de produção de sons.
Apesar do raciocínio estar correto, as pessoas com esse distúrbio não conseguem articular corretamente os músculos envolvidos no ato de falar, apresentando grande dificuldade na comunicação e interação social.
Dessa forma, muitas crianças no espectro apresentam essa condição como uma comorbidade no TEA, já que a capacidade de se comunicar verbalmente é um dos aspectos que merecem atenção quando pensamos em indivíduos atípicos.
Neste artigo, você vai entender melhor o que é a apraxia da fala e quais exercícios fonoaudiólogos podem ajudar as crianças a se comunicarem melhor no dia a dia.
O que é a apraxia da fala?
A apraxia da fala (AFI) é um distúrbio neurológico que afeta a condição motora da fala, criando dificuldades na pronúncia de palavras, sílabas e sons. É como se existisse um envio errado das informações para o cérebro organizar e executar as ações da boca, criando uma desordem na comunicação funcional.
Ou seja, a criança sabe o que quer comunicar, mas o cérebro falha ao planejar e programar a sequência certa de movimentos/gestos motores dos lábios e língua para produzir os sons das palavras, frases ou sílabas. A impressão é que o indivíduo não sabe o que fazer com a boca durante a verbalização.
Essa condição pode ser dividas em duas formas diferentes de manifestação, que são:
- Apraxia Adquirida: ela surge em qualquer idade, fazendo com que a pessoa fique incapaz de falar como já está acostumada e/ou aprendeu a fazer;
- Apraxia de Desenvolvimento: a pessoa já nasce com ela e apresenta dificuldade na capacidade de formar sons e palavras desde sempre.
Quais são os sintomas da apraxia da fala?
Na maioria das vezes, pessoas com AFI apresentam dificuldades na hora de fazer movimentos necessários para fala, variando em formas e graus. Para alguns pode ser difícil mover a mandíbula, já para outros, pode ser impossível mexer os lábios.
Os sintomas de apraxia da fala mais observados são:
- Dificuldade em movimentar a língua corretamente;
- Dificuldade na pronúncia de letras;
- Discurso limitado em palavras;
- Distorção de sons;
- Fala atrasada;
- Fala com difícil compreensão;
- Pausas constantes entre palavras ou sílabas;
- Quietude e pouca comunicação.
Lembre-se que cada criança é única e pode expressar diferentes formas de apraxia da fala, assim, nem todas vão apresentar os mesmos sinais.
Por isso, apesar de listarmos alguns sintomas aqui, não podemos esquecer que a subjetividade também é um dos fatores que pode dificultar o diagnóstico. Dessa forma, é essencial procurar profissionais especializados e capacitados para isso.
Como é feito o tratamento?
Como esse distúrbio pode ser causado por diversos motivos, somente um neuropediatra poderá informar qual o caminho mais adequado para aliviar os sintomas e agregar qualidade de vida.
Os tratamentos geralmente começam com sessões de terapia da fala adaptadas à gravidade da apraxia que a pessoa apresenta. Durante essas intervenções são feitos exercícios para prática de sílabas, palavras, frases e outros.
Por isso, é fundamental que a família procure atendimento terapêutico individualizado para a criança, olhando progressos e resultados ao longo da vida. Somente o fonoaudiólogo especializado poderá ajudar durante esse processo.
Além dessa intervenção clínica, a família também pode ajudar na escola e em casa, estimulando sempre que a criança desenvolva a fala nas atividades da vida diária. Para isso, foque em:
- Acolher e aceitar sua criança, assim ela se sente segura e confiante de aprimorar suas habilidades;
- Criar rotinas adequadas com exercícios focados para cada necessidade, já que quanto mais estímulos ela tiver, melhor será a resposta ao tratamento;
- Praticar as palavras e sílabas indicadas pelo profissional ao longo do dia;
- Pedir repetições quando não compreender a criança, estimulando frases simples e curtas;
- Fornecer pistas visuais que ajudem como expressões e gestos faciais na hora de pronunciar cada palavra;
- Buscar formas de comunicação complementar, como pinturas, desenhos, gestos ou escrita.
Apesar da apraxia da fala comprometer a capacidade de comunicação, ela não interfere no entendimento da pessoa, por isso, é muito importante buscar acompanhamento profissional quanto antes e estimular a evolução dessa criança.
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Escrito por:
Heloise Rissato
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