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O método TEACCH é um programa clínico e educacional criado por meio de um projeto de pesquisa, que observou os comportamentos de crianças autistas em diversas situações do cotidiano.
O foco desse modelo está na promoção do aprendizado a partir da valorização das capacidades cognitivas de cada indivíduo. Além disso, ele se baseia na adaptação dos ambientes, facilitando os novos aprendizados nas mais diversas ocasiões como escola, casa, trabalho e outros.
Muitas famílias, pais e cuidadores de pessoas com TEA acabam ficando com dúvidas quando o assunto são intervenções para melhora da qualidade de vida, já que encontram a ABA, o método TEACCH, Denver e muitos outros.
Por isso, neste texto, você vai entender melhor o que é o método de TEACCH, quais são os seus objetivos e suas diferenças com a ciência ABA. Acompanhe!
O que é método TEACCH?
Criado na década de 1960, pelo Dr. Erick Schopler no Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade da Carolina do Norte, o método TEACCH é a sigla para Treatment and Education of Autistic and Related Communication Handicapped Children que, em português, significa Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits Relacionados com a Comunicação.
Ele foi uma resposta do governo ao movimento crescente de pais que reclamavam da falta de atendimento para crianças com autismo na sociedade. A partir de 1972, ele se tornou um modelo para outros programas em todo o mundo.
Todo esse modelo foi fundamentado na psicolinguística e psicologia comportamental para ajudar pessoas com TEA a adquirirem independência e autonomia por meio do desenvolvimento de novas habilidades e maior compreensão do mundo ao seu redor.
Aqui no Brasil, esse método é muito difundido pelas professoras Viviane Costa Leon, terapeuta ocupacional e psicopedagoga, e Maria Elisa Granchi, psicóloga do desenvolvimento e especialista no atendimento de pessoas autistas.
Quais são os objetivos do método TEACCH?
Como vimos, o TEACCH foca em melhorar as habilidades sociais e de comunicação da pessoa no espectro, além de reduzir comportamentos desafiadores e melhorar a qualidade de vida de todo o núcleo familiar.
Pessoas autistas que usam esse modelo ganham muito mais autoconfiança e conseguem realizar ações de forma produtiva e independente.
Entre os principais princípios e prioridades do método TEACCH estão:
- Adaptação dos objetivos ao nível de repertório da pessoa com TEA;
- Ambiente de aprendizagem estruturados;
- Compreensão do autismo e identificação das diferenças por meio de avaliações individuais;
- Ensino de forma flexível;
- Foco na pessoa, seus interesses, habilidades e necessidades;
- Sequência de tarefas diárias por diferentes meios, como fotografias e desenhos;
- Utilização de estruturas visuais para organização dos ambientes e tarefas.
Como usar o método TEACCH?
O método TEACCH usa uma avaliação conhecida como PEP-R — Perfil Psicoeducacional Revisado. A partir dela é possível avaliar a criança com autismo e identificar quais são os pontos fortes e interesses, assim como as dificuldades diárias. Com todos esses dados os profissionais conseguem elaborar um programa individualizado para desenvolver as habilidades necessárias.
Para que o TEACCH seja efetivo, o ambiente de aprendizagem precisa ser adaptado para facilitar a compreensão da criança com o mundo ao seu redor, gerando assim independência e autonomia nas decisões.
Seus principais princípios para a melhora do desenvolvimento são:
- Ambientes organizados;
- Ensino estruturados;
- Previsibilidade.
Em todas as sessões, a pessoa no espectro encontra a estrutura e organização necessária para compreender o ambiente e ganhar autonomia nas situações. Além disso, muitas vezes são usados suportes visuais para aumentar o poder de comunicação, como: objetos sinalizadores, ícones, fotografias e escrita.
Há também o uso de agenda de imagens para sinalização da rotina pessoal e das marcações visuais no ambiente, ajudando o indivíduo na realização de tarefas simples e compreensão do que está sendo pedido.
Qual a diferença entre os métodos ABA e TEACCH?
Agora que você já conhece o método TEACCH, deve estar se perguntando no que ele diferencia da Análise do Comportamento Aplicada, já que ambas abordagens trabalham com um ambiente planejado e atividades com antecedência.
Antes de tudo, é importante lembrar que a ABA não é um método, mas sim uma ciência de aprendizagem, ao contrário do TEACCH que é um programa educacional. Dessa forma, as intervenções em ABA procuram promover o ensino de novas habilidades e reduzir os comportamentos desafiadores.
O que diferencia as abordagens é que o TEACCH é um programa de menor intensidade se comparado com a ABA. Além disso, ele também fornece dados sistemáticos e estudos a longo prazo.
O TEACCH preza pela estrutura do ambiente e pode ser visto como um conjunto de fatores para obter uma determinada resposta naquele espaço. Ou seja, com ele, o profissional espera que o ambiente crie uma resposta para certa ação.
Já a ABA é a ciência que fornece o estudo para todos os comportamentos humanos que são relevantes, assim, seu foco está na observação, análise e explicação entre o ser humano, o aprendizado e o ambiente.
Dessa forma, podemos considerar o TEACCH como a prática e a ABA como a teoria. Já que, apenas a partir da análise do comportamento, é possível saber quais são as necessidades que devem ser atendidas em cada atividade.
Durante as intervenções para pessoas no espectro, os profissionais não precisam usar um ou outro. É possível que eles se complementam, ao invés de se contraporem.
Por isso, é muito importante que a equipe multidisciplinar entenda quais as necessidades da criança e saiba encontrar oportunidades de aprendizagem em diversos ambientes e contextos, trazendo as estratégias que melhor se aplicam aquele espaço.
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