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Menina praticando letra cursiva em sala de aula

É preciso ensinar a letra cursiva para crianças com TEA? Entenda sobre a prática na alfabetização

A alfabetização de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) traz diversos desafios, especialmente quando falamos de habilidades motoras finas, como a escrita na letra cursiva.

Esse é um processo bastante preocupante para pessoas cuidadoras, já que a escola é uma realidade presente desde a primeira infância, sendo um dos principais espaços de aprendizagem e desenvolvimento infantil.

Quando pensamos na alfabetização de crianças autistas, o ensino das letras cursivas, por exemplo, é algo que pode ser mais desafiador, deixando a família frustrada. No desenvolvimento da escrita, muitas habilidades essenciais vão ser desenvolvidas.

Mas será que toda criança no espectro precisa aprender a letra cursiva? Como é possível fazer a transição entre letra bastão para cursiva? Neste artigo, vamos explorar melhor esse processo, quais seus impactos, como ele pode ser feito, e como isso se alinha às diretrizes da BNCC (Base Nacional Comum Curricular).

Por que a criança começa a alfabetização pela letra de forma?

Antes de mais nada, é importante destacar que o aprendizado da escrita através da letra bastão — ou letra de forma — é o primeiro passo para que a criança comece a desenvolver suas habilidades de escrita.

Isso não significa que é o primeiro contato das crianças com o mundo das letras. Desde a educação infantil, eles já são incentivados a aprimorar a coordenação motora com atividades como desenhos, rabiscos e pintura.

A escolha de começar pela letra de forma está ligada à sua simplicidade visual, que facilita o reconhecimento e a decodificação por parte das crianças. Esse formato mais simples ajuda os pequenos a identificarem melhor cada letra, sendo uma excelente introdução à escrita.

Como é feita a transição da letra bastão para a letra cursiva?

Primeiro, é essencial que a prática da letra de forma seja bem consolidada. Os professores geralmente planejam atividades que permitam às crianças exercitarem a escrita de maneira consistente.

No início, elas começam com palavras familiares do seu vocabulário, o que ajuda a fortalecer a coordenação motora e a confiança para escrever.

Após essa fase inicial, a alfabetização passa a ser o foco principal, visando apresentar às crianças as habilidades e competências necessárias para o desenvolvimento da escrita.

É nessa etapa que a letra cursiva começa a ser introduzida, oferecendo uma nova forma de se expressar.

Essa transição, no entanto, deve ser feita com calma e paciência, pois é comum que as crianças estranhem o novo formato no início.

A melhor maneira de introduzir a letra cursiva é por meio de atividades lúdicas e divertidas, que despertem o interesse dos pequenos e os envolvam nesse processo de aprendizado de forma natural e prazerosa.

Lembre-se:cada criança tem seu tempo e processo de aprendizagem. Não podemos forçar ou pressionar que ela aprenda a letra cursiva. Tudo bem se a letra de forma for mais fácil e se adequar, o importante é ter empatia nesse processo.

Não force nenhum tipo de comportamento porque acha que é algo que a criança tem que passar. Haverá momentos em que ela não se identifica com traços, e o que mais importa é garantir uma jornada de escrita saudável.

Qual o objetivo de trabalhar a letra cursiva na educação infantil?

O objetivo de introduzir a letra cursiva na educação infantil vai além da estética da escrita. Ela está ligada ao desenvolvimento motor do indivíduo, e algumas habilidades essenciais para o aprendizado da escrita – que promovem o desenvolvimento motor – podem ser trabalhadas desde crianças.

Como, por exemplo, o movimento de pinça, que começa a se desenvolver por volta dos 9 meses de idade, é muito importante para adquirir força para segurar objetos, como o lápis.

O Para crianças neurotípicas, existem muitas dificuldades de coordenação motora, que podem criar barreiras na escrita. Dessa forma, encontrar maneiras de organizar os movimentos e trabalhar com eles, pode ajudar a ganhar:

  1. Coordenação motora fina: a letra cursiva envolve movimentos contínuos, o que pode ajudar a melhorar o controle e a precisão motora.
  2. Conexão neurológica: escrever à mão, especialmente em letra cursiva, ativa áreas do cérebro ligadas à memória e à linguagem.
  3. Melhoria na fluência da leitura e escrita: crianças que praticam a escrita cursiva tendem a desenvolver maior fluência ao ler, pois a estrutura contínua das palavras facilita a percepção global das letras e palavras.
  4. Organização e sequenciamento: a fluidez da escrita cursiva também pode apoiar o desenvolvimento de habilidades cognitivas ligadas ao planejamento e organização.

O que diz a BNCC sobre letras cursivas na educação infantil?

A BNCC, que define os parâmetros educacionais no Brasil, reconhece a importância da diversidade de estilos de escrita, incluindo a letra cursiva.

De acordo com a BNCC, durante o processo de alfabetização, o aluno deve ser capaz de “codificar e decodificar” os sons da língua (fonemas) em representações gráficas (grafemas ou letras).

Isso implica o desenvolvimento da consciência fonológica, ou seja, a percepção dos fonemas do português falado no Brasil e de como eles se organizam em estruturas maiores, como sílabas e palavras.

Além disso, o aluno precisa adquirir o conhecimento do alfabeto em seus diferentes formatos (letras impressas e cursivas, maiúsculas e minúsculas) e estabelecer conexões entre esses dois sistemas de representação da língua.

No primeiro ano, os objetivos de aprendizagem são exemplificados pelo código de habilidade EF01LP11, que estabelece a necessidade de ”conhecer, diferenciar e relacionar letras em formatos impressos e cursivos, maiúsculas e minúsculas.”

No segundo ano, o código de habilidade EF02LP07 propõe como objetivo ”escrever palavras, frases e textos curtos nas formas impressa e cursiva”.

No entanto, não há uma exigência explícita de quando a letra cursiva deve ser exatamente introduzida e nem de que forma isso será feito durante o processo de alfabetização.

A BNCC incentiva a alfabetização de forma inclusiva, respeitando as necessidades e particularidades de cada aluno, o que faz da flexibilidade na introdução da letra cursiva algo importante no ensino de crianças com TEA .

Como é a escrita de uma criança autista?

A escrita de uma criança com TEA pode variar bastante, dependendo das suas dificuldades motoras e do nível de suporte e apoio que têm.

Algumas crianças podem apresentar letras grandes, desalinhadas ou espaçamento irregular entre as palavras.

Outras podem escrever de maneira rígida, sem fluidez, ou lentamente. Esses desafios estão frequentemente associados a dificuldades motoras e a problemas de processamento sensorial.

Insistir na letra cursiva ou na letra bastão pode ser prejudicial, por isso, não insista para tirar a motivação do aluno. A inclusão permite que a aprendizagem seja flexível e progressiva ao longo do tempo.

Dessa forma, o momento certo para introduzir a letra cursiva pode variar bastante, especialmente para crianças com TEA.

É importante observar o desenvolvimento individual da criança, incluindo sua prontidão motora e cognitiva.

Em geral, quando a criança já domina a letra bastão e mostra sinais de melhora na coordenação motora fina, pode-se começar a introduzir a letra cursiva. No entanto, em crianças com dificuldades motoras mais significativas, isso pode acontecer mais tarde.

Conclusão

Ensinar a letra cursiva para crianças com TEA é uma prática que exige paciência, planejamento e estratégias personalizadas.

Respeitar o tempo e o desenvolvimento de cada criança é essencial para garantir que a alfabetização ocorra de maneira eficaz e sem gerar frustrações.

A prática da escrita cursiva pode trazer inúmeros benefícios para o desenvolvimento motor, cognitivo e emocional da criança, além de facilitar sua fluência na leitura e escrita.

Não se esqueça que não existe nenhuma regra e que cada criança é única e precisa de estratégias individualizadas para alcançar seu máximo potencial ao longo do desenvolvimento.

Você pode continuar aprendendo sobre o assunto com nosso texto sobre metodologias ativas e como isso estimula o aprendizado de pessoas com TEA.

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