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Quando falamos de animação, a Pixar é reconhecida por sua capacidade única de entrelaçar narrativas emocionantes com visuais de tirar o fôlego. Mas, é muito importante que filmes, séries e curtas-metragens consigam dar visibilidade e trazer representatividade para histórias múltiplas, de pessoas típicas ou atípicas.
Isso porque, se sentir representado é um fator muito importante quando pensamos em inclusão, fazendo com que as pessoas sejam mais acolhidas e vistas. Para a comunidade autista, não é diferente.
Em 2020 o curta “Fitas” (com nome original em inglês Loop) foi lançado pela Pixar, ao lado de “Flutuar”, e acabou emocionando muitas pessoas por suas histórias sobre a pluralidade do mundo, com olhares diversos sobre a perspectiva de crianças.
Nesse curta-metragem, conseguimos entender mais sobre a conexão e ligação entre pessoas típicas e atípicas, algo presente em nossa sociedade diversificada e inclusiva. Leia esse texto para conhecer mais sobre o filme!
Conheça o curta “Fitas” da Pixar
“Fitas” nos leva a uma jornada emotiva através dos olhos de seus personagens encantadores. Escrito e dirigido por Erica Milsom, o curta “Fitas” apresenta o primeiro personagem da Pixar que é autista não verbal.
A narrativa gira em torno de dois personagens principais, Marcus e Rene, uma garota autista não verbal, que estão em um passeio até que a canoa fica à deriva no lago, em um momento em que eles precisam achar uma forma de se conectarem e se comunicarem.
Com apenas 5 minutos de duração, a animação aborda diversas questões que vão muito além da comunicação verbal e uma pessoa, ou até mesmo a ausência dela, onde os dois precisam descobrir o mundo pelo olhar um do outro, para conseguirem voltar para seu acampamento.
Revisado pela ONG Autistic Self Advocacy Network (ASAN) feita por membros da comunidade autista, e dublado por uma atriz não verbal, toda produção foi pensada para garantir autenticidade e representatividade correta para a história.
Um dos grandes diferenciais do curta “Fitas” é que em certos momentos da jornada dos personagens, a narrativa muda para o ponto de vista de Renne, garantindo uma representação bem fiel ao processo de troca comunicativo que pessoas não verbais têm.
Durante essas partes temos um grande foco em elementos visuais diferenciados, conseguimos perceber a linha de pensamento que Renne constrói para tomar decisões, a sua hipersensibilidade sensorial e até mesmo uma crise desencadeada por acidentes.
A simplicidade e a profundidade do enredo são notáveis, pois nos fazem refletir sobre as nossas próprias conexões com o mundo ao nosso redor, garantindo uma experiência bastante didática e verdadeira para pessoas típicas que não convivem com autistas em seus dia a dia.
O projeto Spark Shorts da Pixar
Assim como a animação “Flutuar”, já listada aqui no blog, o curta “Fitas” faz parte do projeto Spark Shorts, uma parceria entre a Disney e a Pixar, focada em produção de curtas-metragens autorais.
Sem a necessidade de realizar um lançamento no cinema, os curtas da Spark Shorts focam em histórias independentes, com mais conceito. “O programa foi feito para estimular a descoberta de novos contadores de histórias, explorar novas maneiras de contar histórias e experimentar novos modelos de produção”, conta o presidente da Pixar, Jim Morris.
Ele também pontuou que os filmes do projeto são diferentes de tudo que já fizeram, gerando uma oportunidade de expandir o potencial criativo de diversos artistas independentes.
Outra curta que faz parte do projeto é o “Wind” que mostra uma realidade diferente, com situações mais pé no chão, onde uma avó e seu neto ficam presos em um abismo sem fim conhecido. Sonhando em como seria viver longe dali, a narrativa mostra os dois buscando materiais para fugirem dessa realidade.
Assim como “Flutuar” e “Wind” o curta “Fitas” está disponível no catálogo do streaming Disney+ , com uma colação total de sete curtas-metragens.
A Importância da representatividade no curta “Fitas”
O que torna “Fitas” ainda mais significativo é a sua capacidade de representar com precisão as pessoas com diferentes perspectivas e vivências. Em um mundo cada vez mais inclusivo, é crucial que a mídia, como esse curta-metragem da Pixar, reflita a diversidade da sociedade.
Ao fazer isso, “Fitas” desafia estereótipos e promove uma mensagem de aceitação, empatia e representatividade. Dessa forma, pessoas autistas podem se enxergar em cada vez mais espaços, pessoas cuidadoras conseguem ter um entendimento melhor de alguns aspectos, e todos nós podemos entender a pluralidade que existe no espectro.
Conclusão
Este curta-metragem nos lembra que, apesar de nossas diferenças, todos nós compartilhamos um desejo fundamental de conexão e pertencimento.
Às vezes, as barreiras da comunicação podem parecer intransponíveis, mas “Fitas” nos mostra que, com paciência e compreensão, podemos superar as dificuldades. Independentemente de sermos típicos ou atípicos, todos nós temos algo valioso a oferecer ao mundo.
Em nosso blog temos diversos conteúdos sobre entretenimento e produções feitas para e por pessoas autistas, vale a pena conferir:
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