Índice de Conteúdos
A coordenação motora é parte fundamental do nosso desenvolvimento como pessoas. Essa é uma habilidade fundamental que se desenvolve desde os primeiros anos de vida e continua a ser aprimorada ao longo da adolescência e da vida adulta.
Ela envolve o controle dos movimentos do corpo, permitindo que executemos tarefas desde simples, como pegar um objeto, até mais complexas, como praticar um esporte.
Mesmo sendo algo que entendemos e aprendemos durante a infância, os processos dessa coordenação fazem parte da nossa rotina por toda a vida. Mas, ela pode ser dividida em alguns tipos, como a coordenação motora fina e a coordenação motora grossa.
Neste artigo, você vai entender o que é a coordenação motora, quais são as diferenças entre seus tipos, a importância de trabalhar cada um deles e o impacto que isso tem na vida de crianças com TEA. Acompanhe para aprender!
O que é a coordenação motora?
A coordenação motora é a capacidade que as pessoas têm de realizar movimentos articulados com os músculos de forma eficiente, precisa e controlada, dominando o corpo no espaço ao redor.
Ou seja, essa coordenação nada mais é do que a capacidade de sincronizar vários movimentos por meio das articulações, cérebro e músculos corporais. Assim, ela envolve a integração de várias funções do sistema nervoso, incluindo percepção sensorial, processamento cognitivo e execução motora.
A coordenação motora é essencial para atividades diárias, desde as mais comuns, como escovar os dentes, até as mais complexas, como praticar esportes ou tocar um instrumento musical.
Ela é composta por quatro componentes principais:
- Coordenação óculo-manual: também conhecida como coordenação mão/olho é a nossa habilidade de sincronizar os movimentos dos olhos com os das mãos, como ao pegar uma bola ou escrever.
- Coordenação bi-manual: envolve o uso de ambas as mãos de maneira coordenada para realizar uma tarefa, como colocar uma camisa ou abrir uma garrafa.
- Coordenação corporal geral: relaciona-se ao controle do corpo todo, como ao correr, pular ou dançar.
- Coordenação motora fina e grossa: referem-se à precisão e à força dos movimentos, respectivamente, e serão exploradas em mais detalhe a seguir.
O que é a coordenação motora grossa?
A coordenação motora grossa envolve movimentos mais amplos e controlados que utilizam os músculos maiores do corpo, como os das pernas, braços e tronco, por isso está diretamente relacionada com grupos grandes de músculos e ligados à capacidade de realizar esportes.
É fundamental para atividades que requerem força, equilíbrio e movimento, como correr, pular, subir escadas e nadar.
Exemplos de atividades que envolvem coordenação motora grossa:
- Correr e pular;
- Andar de bicicleta;
- Nadar;
- Subir e descer escadas;
- Brincar em parques, como balançar e escalar.
O que é a coordenação motora fina?
Já a coordenação motora fina envolve movimentos mais delicados, pequenos e precisos que utilizam os músculos menores do corpo, principalmente os das mãos e dos dedos.
Ela é essencial para atividades que requerem precisão e maior controle das ações. Por isso, desenvolver a coordenação motora fina é muito importante, especialmente durante a infância, pois está diretamente relacionada à independência e autonomia nas atividades diárias.
Exemplos de atividades que envolvem coordenação motora fina:
- Escrever e desenhar;
- Pintar e colorir;
- Brincar com blocos de montar;
- Amarrar cadarços;
- Usar talheres para comer.
Qual a diferença entre a coordenação motora fina e coordenação motora grossa?
A principal diferença entre a coordenação motora fina e a grossa, como vimos, está no tipo de músculos envolvidos e na precisão dos movimentos.
Enquanto a coordenação motora fina requer o uso de músculos menores e movimentos mais precisos, a coordenação motora grossa envolve músculos maiores e movimentos mais amplos e controlados.
Todas as pessoas apresentam a mesma habilidade de coordenação motora?
Cada pessoa apresenta um desenvolvimento e ritmo diferente quando falamos em habilidades motoras. Assim, o que é mais fácil para um, pode ser bastante difícil para outros.
Pense em alguma atividade física que você faz e é bastante fácil para você, mas que pode ser muito complicada para seu colega. Ou quem sabe passar uma linha na agulha, que trabalha a coordenação motora fina, mas que pode ser mais ou menos complicado dependendo do repertório e ganho de habilidade.
Exatamente por isso, que criamos estratégias e atividades voltadas para o desenvolvimento da coordenação motora, trabalhando aos poucos pontos de melhorias e auxiliando a pessoa, seja na coordenação grossa ou fina.
Também é importante lembrar que existem algumas desordens motoras que podem criar maiores dificuldades no desenvolvimento dessas habilidades motoras. É muito comum que pessoas com TEA apresentam essas dificuldades.
Por isso, é fundamental observar os marcos do desenvolvimento infantil e ficar atento a possíveis sinais, para buscar acompanhamento profissional especializado.
Como desenvolver a coordenação motora no autismo?
Quando falamos de crianças com autismo, é bastante comum encontrar barreiras de aprendizagem ligadas ao desenvolvimento motor, o que pode atrapalhar na execução das atividades de vida diária.
As dificuldades motoras grossas, como manter o equilíbrio ou praticar esportes, e as finas, como manusear um lápis ou tocar um instrumento, podem impactar o desenvolvimento cognitivo, social e emocional.
No entanto, essas dificuldades podem ser superadas, especialmente se percebidas precocemente por profissionais que desenvolvem estratégias de ensino individualizadas.
A terapia ocupacional é uma abordagem essencial para desenvolver a coordenação motora em crianças com autismo. Além da TO, há terapias alternativas, como ioga, artes marciais e musicoterapia, que também focam no autismo.
Terapeutas ocupacionais são especializados em identificar atrasos nas habilidades motoras, abordando questões como planejamento motor, postura, e dificuldades sensoriais.
Algumas atividades simples podem ajudam a fortalecer essa coordenação, como:
- Procurar objetos escondidos em texturas diferentes, como massinha, argila e areia;
- Criar brincadeiras de manipulação de fechos em sacos plásticos e outros recipientes;
- Usar brinquedos de apertar, mover e construir para separar e juntar peças;
- Usar prendedores de roupa ou pinça para pegar objetos pequenos;
- Usar garrafas para regar plantas ou adicionar peças menores dentro, criando chocalhos, por exemplo;
- Escrever, pintar e desenhar com ferramentas novas, como tinta, argila, massinha, giz;
- Recortar imagens e fazer colagens.
A persistência e a adaptação a novas situações são chave para que as crianças se sintam mais confortáveis e dispostas a participar de atividades motoras. Mas lembre-se: nunca pressione a criança a fazer algo que ela não está confortável ou tem muita dificuldade.
Uma boa dica é quebrar em pedaços menores e ir evoluindo a habilidade gradualmente.
Conclusão
Vimos que a coordenação motora é uma habilidade essencial que abrange tanto a coordenação fina quanto a grossa.
Desenvolver essas habilidades desde a infância é fundamental para garantir qualidade de vida, saúde física e independência em atividades diárias.
Com estratégias simples e atividades lúdicas, pais e profissionais de saúde podem auxiliar no desenvolvimento motor das crianças, preparando-as para uma vida saudável e ativa.
Observar e apoiar as crianças em atividades motoras é muito importante para promover seu aprendizado e interação social, potencializando oportunidades de socialização e ganho de repertório motor e até mesmo de socialização.
Em nosso blog já temos um conteúdo completo com 7 atividades que podem ser feitas em casa e auxiliam no desenvolvimento motor, você pode ler agora mesmo e continuar aprendendo: