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Você já parou para pensar na importância do atendimento inclusivo para pessoas autistas? Consultas de rotina a um dentista, por exemplo, podem gerar receios em algumas pessoas com TEA, justamente pelo medo do procedimento, que de início é desconhecido, a mudança na rotina, ou até mesmo pela ambientação do local.
Nem todos os profissionais são especializados em atendimento inclusivo, e adaptam a rotina das intervenções para acolher os pacientes, e é justamente essa tema que o livro infantil “Malu e Cadu em: Aventura no Dentista” vem reforçar para os profissionais de saúde que atendem o público infantil.
Nesse livro, acompanhamos a conversa de duas crianças atípicas que relatam o medo de ir ao dentista, mas são surpreendidas pela recepção do médico, que as deixa muito confortáveis em participar da consulta.
Saiba mais sobre a obra e a importância do atendimento inclusivo nesse texto.
O que é atendimento inclusivo?
O atendimento inclusivo garante que todas as pessoas tenham acesso a serviços e atividades sem nenhuma discriminação. Ele se baseia na ideia de que todas as pessoas têm direito a participar plenamente da sociedade, independentemente de suas diferenças ou deficiências.
Nesse modelo de atendimento, é reconhecido que as pessoas são diversas em suas habilidades, necessidades, origens e identidades, dessa forma, há uma busca constante de adaptação para os serviços e atividades, tudo com o propósito de atender às necessidades específicas e individuais.
O atendimento inclusivo pode ser aplicado em diversas áreas, como:
Com práticas e estratégias que garantam que as pessoas com diferentes habilidades, necessidades e identidades sejam valorizadas e respeitadas em todas as etapas do atendimento.
Qual a importância do atendimento inclusivo para autistas?
O atendimento inclusivo é extremamente importante para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), pois reconhece e respeita as diferenças individuais e adapta o ambiente e as atividades para atender às necessidades específicas dessas pessoas.
Em exemplos a atendimentos inclusivos, podemos citar o uso de recursos visuais para ajudar na comunicação, ou até mesmo quando o profissional oferece tempo adicional para processar informações, fazer combinados e apresentar previsibilidade do atendimento – algumas pessoas com TEA são apegadas a rotina, justamente por essa previsibilidade que ela oferece.
Outro exemplo é a redução de estímulos sensoriais, onde o profissional de atendimento inclusivo procura – na medida do possível – reduzir o ruído e a iluminação excessiva em um ambiente para evitar uma crise de processamento sensorial.
O atendimento adaptado pode ajudar a reduzir a ansiedade e o estresse que essas pessoas podem sentir em situações sociais e de comunicação. Isso pode ajudá-las a se sentir mais confiantes e seguras em participar de atividades e interagir com outras pessoas.
Malu e Cadu em: Aventura no Dentista
O livro infantil “Malu e Cadu em: Aventura no Dentista” é uma obra idealizada pelo núcleo acadêmico “Saúde Bucal Inclusiva”, dos estudantes de odontologia da Universidade Federal do Paraná.
Além de publicar a obra sobre o atendimento odontológico inclusivo, o grupo sempre participa de eventos acadêmicos e ações que reforçam a importância do profissional de se preparar e oferecer um atendimento que acolha e tranquilize crianças típicas ou atípicas.
No caso do livro infantil, conhecemos dois personagens atípicos: a Malu, com Síndrome de Down, e o Cadu, que é autista. Os dois estão conversando sobre a “temida” ida ao dentista, e sobre tudo o que ouviram por aí: o atendimento é dolorido, o ambiente assusta e precisam ficar com a boca aberta por muito tempo!
Mas enquanto compartilham os pensamentos tenebrosos, também comentam a respeito da previsibilidade que os próprios pais ofereceram, onde os cuidadores reforçam a importância do profissional e deixam bem claro que haverá uma mudança no rotina, por isso, as crianças têm tempo de se preparem para o atendimento.
Durante a consulta ao dentista somos surpreendidos, junto aos personagens, com um atendimento inclusivo e lúdico, pois o profissional adapta a linguagem contando uma história, além de usar suporte visuais que fazem toda a diferença no atendimento.
Esse foi só o primeiro capítulo do livro, segundo as postagens nas redes sociais, o grupo se prepara para produzir mais um capítulo, esse ainda sem data de lançamento.
Você pode conferir o videobook aqui:
E se você tem dificuldades para levar seu filho autista ao médico, confira a entrevista que fizemos com a Dra. Bruna Ituassu, médica especializada em pneumologia pediátrica, pediatra especialista em autismo e TDAH, a respeito do assunto:
Tenho dificuldades para levar meu filho autista ao médico, o que posso fazer?