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Intervenção mediada por pares: uma menina e um menino olhando para um desenho feito por um deles

Práticas baseadas em evidências: a Instrução e intervenção mediada por pares

Muitas vezes, a inclusão de alunos autistas é um desafio para educadores, que mesmo com os marcos legais no Brasil, precisam entender melhor quais as alternativas de intervenção no contexto escolar podem garantir resultados.

Como muitas pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresentam dificuldades no desenvolvimento acadêmico e de comunicação, além de restrições nas habilidades e interações sociais, é preciso usar de terapias para o autismo focadas em desenvolver tais capacidades.

Nesse aspecto, existe a Instrução e Intervenção mediada por pares (PBII), uma estratégia que faz parte do conjunto de práticas baseadas em evidências.

A PBII tem por objetivo a troca por meio de pares de crianças com TEA — colegas da mesma idade, com desenvolvimento típico— ou seja, que vão atuar como agentes da intervenção, sem a participação direta de um adulto.

Neste texto, você vai entender como a Instrução e Intervenção mediada por pares funciona para crianças no espectro e seus resultados na aprendizagem social e escolarização desses indivíduos.

O que é uma prática baseada em evidências?

Antes de falarmos da PBII, precisamos voltar um pouco e entender o que são as práticas baseadas em evidências (PBEs) e, porque elas funcionam no desenvolvimento de pessoas autistas.

Esse termo é usado para definir um conjunto de procedimentos ou estratégias que passaram por um número aceitável de pesquisas prévias e mostraram resultados positivos para crianças, jovens e adultos com TEA. Ou seja, nada de “achismo”, mas sim comprovado cientificamente.

Na prática, essas estratégias serão usadas durante as intervenções feitas pelos terapeutas, funcionando como ferramentas para atingir a evolução das habilidades de um indivíduo, sempre focadas nas necessidades e repertório previamente conhecidos.

Existem 28 práticas baseadas em evidências para o TEA que atingem todos os critérios propostos pela publicação Evidence Based Medicine (EBM) da Associação para a Ciência no Tratamento do Autismo. Este estudo analisou 20 anos de intervenção em várias áreas relacionadas com a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) e mostrou os resultados práticos desses procedimentos.

Dessas 28 PBEs analisadas, 23 são baseadas nos princípios da ABA, incluindo a Instrução e Intervenção mediada por pares.

O que é a Instrução e Intervenção mediada por pares?

A Instrução e Intervenção mediada por pares (Peer-Mediated Intervention) é uma intervenção que proporciona o desenvolvimento de habilidades sociais e acadêmicas em crianças com deficiência.

Com ela os pares promovem diretamente as relações sociais das crianças com autismo, entre outras habilidades e objetivos individuais de aprendizagem. O adulto organiza o contexto social (grupos de brincadeiras, e contatos sociais) e quando necessário fornece suporte (fornece sugestões e reforço) às crianças com autismo para que elas possam interagir com seus pares.

Importante lembrar que: quando falamos de pares, estamos falando de outras crianças da mesma idade, com desenvolvimento típico. Elas vão atuar como os agentes da intervenção, atuando como um modelo de comportamento e mediadores de aprendizagem.

Isso faz com que a criança no espectro seja estimulada a desenvolver e aprimorar seu repertório de habilidades, tanto sociais quanto acadêmicas. Essa escolha dos colegas para intervenção é geralmente feita pelo professor, que considera critérios como:

  • Empatia;
  • Domínio de habilidades-alvo que serão mediadas;
  • Faixa etária;
  • Presença regular na escola.

Com relação às habilidades, é necessário que o par não possua um nível de desenvolvimento muito acima da criança que recebe a intervenção, para não ocorrer a desmotivação de uma ou outra criança.

A idade deve ser a mais próxima possível da criança com autismo, já que ambas devem estar presentes na mesma classe e possuir alguns interesses comuns, como brincadeiras, personagens, etc.

A frequência regular na escola também é essencial na escolha do par, pois é necessário que ele esteja sempre presente para participar das atividades em grupo, para que essa intervenção seja efetiva e contínua.

A Instrução e Intervenção mediada por pares como forma de inclusão

A intervenção mediada por pares garante resultados significativos no repertório e habilidades da pessoa no espectro, que envolvem o ensino de estratégias sociais ou acadêmicas específicas, como convites para brincar, assistência e demonstração de afeto, direcionamento de atividades, entre outros.

É muito importante sempre usar esses momentos de interação e aproximação em atividades lúdicas, e que conversem com os interesses da criança, priorizando assim a motivação para o engajamento.

Uma das principais vantagens dessa intervenção é sua versatilidade de implementação em ambientes naturais para a criança, como a sala de aula, o recreio, o lanche coletivo e o parquinho, por exemplo.

Muitos desses espaços tem uma atuação direta de professores que fazem parte da rotina, além de serem ótimos para trocas espontâneas e lúdicas, criando oportunidades de ensino vivenciadas cotidianamente. Neste sentido, a PBII se diferencia de outras práticas clínicas, controladas e estruturadas, por ser uma Prática Baseada em Evidência com aplicação direta no campo escolar e educacional.

Além disso, existem resultados positivos não somente para o aluno com autismo, mas também para os pares. As evidências mostram que colegas que participaram das intervenções também aumentaram seu conhecimento sobre autismo e potencializaram atitudes positivas para com colegas com deficiência, ajudando na construção de uma sociedade mais inclusiva e consciente.

Assim como outras PBEs, a Instrução e intervenção mediada por pares precisa sempre estar adequada às necessidades da criança, respeitando seus interesses e vontades. Por isso, é fundamental existir uma avaliação inicial para implementação dessa estratégia, bem como um acompanhamento regular de profissionais capacitados.

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