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A psicomotricidade é uma ciência que tem como objetivo principal melhorar as expressões coordenadas do indivíduo durante uma tarefa ou atividade sequencial. É uma abordagem indicada para intervenções no autismo, uma vez que pode ajudar nas características sensoriais, motoras, linguagem, entre outras.
Sua atuação envolve o desenvolvimento integrado das habilidades motoras, junto a aspectos emocionais e cognitivos. No caso de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a psicomotricidade permite que elas se apropriem de suas próprias imagens e esquemas corporais, ou seja, tenham consciência de seus corpos dentro de um ambiente ou contexto.
Neste artigo, explicamos mais sobre essa ciência, as formas de atuação para pessoas autistas e as principais atividades que podem trabalhar esses aspectos.
Psicomotricidade é uma prática baseada em evidências?
As práticas baseadas em evidências científicas (PBE) são as mais indicadas para o tratamento de pessoas com desenvolvimento atípico. No autismo, as principais PBEs são aquelas baseadas na Análise do Comportamento Aplicada (ABA).
Para ser considerada uma prática baseada em evidências, é preciso realizar um número aceitável de pesquisas que mostrem que aquela prática produz resultados positivos no que se propõe. Quando falamos em psicomotricidade, é possível dizer que essa ciência ainda carece de trabalhos que possam comprovar sua eficácia.
Ainda assim, clínicos e profissionais que atuam com TEA reforçam que as práticas envolvendo a psicomotricidade no autismo têm um papel essencial na intervenção e melhoria de déficits comuns.
Como a psicomotricidade ajuda pessoas com autismo?
Os principais campos de atuação da psicomotricidade e o autismo estão relacionados às dificuldades na coordenação motora e em questões sensoriais. Essas são justamente algumas das principais características encontradas em pessoas com autismo.
De fato, estimativas de estudos científicos demonstram que:
- 80% das pessoas diagnosticadas com TEA apresentam dificuldades de coordenação motora;
- De 69% a 95% das crianças autistas apresentam Transtorno do Processamento Sensorial.
Para que a psicomotricidade consiga ajudar pessoas com diagnóstico de autismo é necessário trabalhar estratégias para autopercepção e interrelação com os ambientes durante as intervenções.
Por isso, a importância da psicomotricidade no autismo deve ser levada em conta e pode ajudar nas seguintes questões.:
- Falta de controle de impulsos nas crianças;
- Desorganização na forma de se expressar por meio do corpo;
- Falta de percepção de espaço de acordo com o contexto e as demandas de terceiros.
Essas intervenções precisam ainda ser combinadas com outras terapias realizadas por uma equipe multidisciplinar. Isso porque o desenvolvimento da linguagem, o tratamento de comorbidades e o suporte escolar, também auxiliam em resultados positivos.
Além disso, a presença e envolvimento da família também é essencial, pois os cuidadores precisam ser orientados para poderem replicar as estratégias no ambiente doméstico.
Principais atividades de psicomotricidade no autismo
É imprescindível que as intervenções psicomotoras sejam aplicadas e supervisionadas por profissionais especializados. No que diz respeito à coordenação motora, por exemplo, algumas atividades que ajudam no desenvolvimento da criança são:
Coordenação motora global
- Pular
- Correr
- Rolar
- Mudar o lado da posição (frente e atrás).
Coordenação motora fina
- Pegar um lápis
- Recortar
- Manejar objetos com precisão.
Para que essas atividades de psicomotricidade consigam ser realizadas, considerando o autismo, é necessário ainda se atentar a alguns aspectos, como:
- Estimular o contato visual;
- Induzir ao seguimento de comandos com mudança na tonalidade da voz;
- Apresentar brinquedos que não utilizem texturas moles ou ásperas.
Além da psicomotricidade, existem muitas outras intervenções que beneficiam pessoas com autismo. Veja no nosso blog outros conteúdos sobre terapia, autismo e comportamentos.