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Menino com autismo sem autorregulação. Ele está sentado no chão segurando sem ursinho de pelúcia.

O que é autorregulação no autismo? Saiba como a regulação emocional impacta no desenvolvimento de pessoas com TEA

A autorregulação é um processo bastante complexo que envolve o desenvolvimento de vários aspectos, desde físicos, emocionais, cognitivos e comportamentais, para existir um ajuste corporal das demandas e desafios da rotina.

É a partir da autorregulação que somos capazes de encontrar estratégias cognitivas para lidar com as situações diárias de forma organizada, elaborada, intencional e internalizada.

Esse processo de regulação emocional é fundamental para todas as pessoas, sejam elas típicas ou atípicas. No caso das pessoas com TEA a autorregulação assume um papel ainda mais significativo, uma vez que a dificuldade de processar estímulos e regular emoções é uma característica marcante do espectro.

Neste artigo, abordaremos de forma acessível e completa o que é autorregulação no autismo, como a regulação emocional impacta o desenvolvimento, além de dicas e estratégias para apoiar essa habilidade. Continue lendo até o fim!

O que é autorregulação?

A autorregulação é a capacidade de uma pessoa monitorar, ajustar e controlar suas reações emocionais, comportamentais e cognitivas em resposta ao ambiente.

Assim, ela representa os mecanismos usados por uma pessoa para controlar suas emoções e comportamentos diante das fontes de estimulação positivas ou negativas.

Estudos mostram que ao longo do desenvolvimento, as crianças aprendem a depender menos do controle externo e a usar seus próprios recursos internos para se acalmar e se adaptar.

Desde cedo, é possível notar como os pequenos já buscam formas de se proteger de estímulos excessivos ou estressantes. Por exemplo, um bebê pode usar a chupeta, sugar o dedo, desviar o olhar, virar a cabeça ou fechar os olhos para se acalmar e evitar um estímulo que o incomoda.

Quais são os tipos de autorregulação?

No desenvolvimento da autorregulação, diferentes tipos de processos regulatórios entram em ação, como a regulação cognitiva, emocional e comportamental. Isso significa que várias áreas do desenvolvimento humano contribuem para esse processo de regulação interna.

Podemos dividir a autorregulação em 3 tipos, sendo:

Regulação emocional

A regulação emocional refere-se à capacidade de gerenciar e modular emoções, envolvendo a capacidade e habilidades de entender, expressar e controlar seus sentimentos.

Por volta do primeiro ano de vida, as crianças começam a desenvolver a capacidade de regular suas emoções, como alegria, tristeza e raiva. Assim, a regulação emocional inclui habilidades para controlar a ativação emocional para ajudar na adaptação social e nas respostas emocionais.

Estudos mostram que crianças com dificuldade de regulação emocional, como aquelas que têm explosões temperamentais frequentes, apresentam menos controle sobre suas emoções, principalmente em situações de frustração.

Para pessoas com autismo, isso pode incluir gerenciar sentimentos de frustração, ansiedade ou excitação diante de situações inesperadas, ou desconfortáveis.

Regulação comportamental

A regulação comportamental diz respeito ao controle das respostas impulsivas e à adesão às normas sociais, ou seja, à habilidade de ajustar o comportamento conforme as normas e expectativas da sociedade.

A qualidade das interações com os pais desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da autorregulação. Assim, o temperamento da criança, que inclui fatores como afeto negativo, extroversão e controle voluntário, também influencia como ela regula suas emoções e comportamentos.

Como essa habilidade está associada ao desenvolvimento de competências sociais e ajustamento global ao longo do tempo, pessoas autistas podem ter dificuldade em se adequar a certos padrões sociais, resultando em comportamentos que parecem inadequados para o contexto.

Uma estratégia para mascarar essa falta de autorregulação comportamental e se “adequar” às normas sociais é o masking. Já temos um conteúdo sobre isso em nosso blog e você pode ler clicando aqui.

Regulação cognitiva

Já a regulação cognitiva, também conhecida como controle cognitivo, envolve a habilidade de reter e manipular informações (memória de trabalho) e resistir a impulsos (controle inibitório).

Assim, esse tipo de autorregulação se refere à capacidade de manter o foco, planejar ações e resolver problemas. Isso inclui mecanismos como atenção, inibição e memória de trabalho, que influenciam o desempenho acadêmico e comportamentos sociais apropriados.

No autismo, o foco intenso em interesses específicos pode ser uma forma de autorregulação cognitiva, mas a dificuldade de transitar entre atividades pode ser uma barreira.

O que é desregulação no autismo?

A desregulação é o oposto da autorregulação e pode ser definida como a dificuldade ou incapacidade de controlar emoções e comportamentos adequadamente ao contexto.

No autismo, a desregulação emocional é comum e pode se manifestar de várias formas, como:

  • Meltdowns: episódios intensos de sobrecarga emocional ou sensorial que podem levar a gritos, choro, agressividade ou isolamento. Meltdowns não são birras, mas sim reações à incapacidade de lidar com o estresse ou estímulos externos.
  • Shutdowns: quando a pessoa com TEA se sente sobrecarregada, ela pode se retirar completamente de interações e estímulos, ficando em silêncio ou evitando qualquer contato social.
  • Comportamentos repetitivos: autistas frequentemente usam comportamentos repetitivos (como balançar o corpo ou estalar os dedos) como uma forma de lidar com a desregulação emocional e sensorial.

A desregulação pode impactar negativamente a qualidade de vida, dificultando a socialização, o aprendizado e o desenvolvimento pessoal.

A falta de estratégias adequadas para regular as emoções e comportamentos pode resultar em frustração para o indivíduo e seus cuidadores.

Como ajudar o autista a se autorregular?

Existem diversas estratégias que podem ser implementadas para ajudar uma pessoa com autismo a melhorar suas habilidades de autorregulação.

Pais, cuidadores e profissionais de saúde podem desempenhar um papel importante nesse processo:

  • Crie rotinas estruturadas: uma das formas mais eficazes de ajudar na autorregulação é estabelecer uma rotina previsível. Rotinas claras e estruturadas ajudam a reduzir a ansiedade, pois a pessoa sabe o que esperar e pode se preparar emocionalmente para cada atividade.
  • Treine habilidades sociais: treinamentos específicos, como o uso de histórias sociais ou terapia cognitivo-comportamental, podem ajudar autistas a reconhecer e gerenciar suas emoções em interações sociais.
  • Use ferramentas visuais: ferramentas visuais, como cronogramas, quadros de sentimentos ou semáforos emocionais, ajudam a pessoa com autismo a entender e expressar melhor suas emoções. Elas podem indicar quando uma situação está se tornando difícil e quando é hora de aplicar uma técnica de autorregulação.
  • Estimule o sensorial adequado: ambientes controlados podem ajudar a prevenir crises de desregulação. Isso pode incluir oferecer um espaço sensorial onde a pessoa pode se regular, ou mesmo o uso de fones de ouvido, óculos escuros ou outros acessórios que ajudem a reduzir o impacto de estímulos sensoriais intensos.

Conclusão

A autorregulação no autismo é um componente essencial para o desenvolvimento emocional, comportamental e social. Quando uma pessoa com TEA aprende a regular suas emoções e comportamentos, ela se torna mais preparada para enfrentar os desafios diários com confiança e menos frustração.

Embora a desregulação seja comum no autismo, existem muitas estratégias eficazes que podem ser adotadas para ajudar na autorregulação.

Investir no desenvolvimento dessas habilidades não só melhora a qualidade de vida da pessoa no espectro, mas também fortalece seus relacionamentos e promove maior independência.

Já fizemos um conteúdo em nosso blog sobre técnicas que ajudam na diminuição da sensibilidade auditiva. Que tal ler e continuar aprendendo?

Sensibilidade auditiva em crianças com TEA

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