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O Exercício e Movimento (EXM) é uma intervenção considerada prática baseada em evidências para pessoas com TEA. Essa estratégia está dentro do conjunto de PBEs que a ASAT — Associação para a Ciência no Tratamento do Autismo — publicou em 2014 no estudo Evidence Based Medicine (EBM).
Foram analisados mais de 20 anos de intervenções e identificadas 28 práticas que mostraram resultados positivos em todos os critérios propostos pelo estudo.
Quando pensamos no exercício e movimento, estamos falando de usar intervenções mente-corpo, como a ioga, por exemplo, para criar consciência dos movimentos e direcionar diferentes habilidades comportamentais.
Neste artigo, vamos falar sobre o EXM, quais são seus objetivos e como essa prática pode ser implementada nas terapias para pessoas autistas.
O que é uma Prática Baseada em Evidências?
As práticas baseadas em evidências são intervenções que foram previamente investigadas, desde seu método científico até os resultados para uma população específica, como no caso do autismo.
Quando pensamos no TEA, todas essas estratégias foram estudadas e demonstraram eficácia em melhorar algum aspecto do desenvolvimento da pessoa com autismo. Na prática, isso mostra que elas funcionam de fato e conseguem ajudar autistas e potencializarem suas habilidades.
Nesse processo, os profissionais irão tomar decisões complementares, sempre considerando as características da criança e também o contexto em que elas vivem.
O que é Exercício e Movimento (EXM)?
O Exercício e Movimento (EXM) pode ser entendido como um conjunto de intervenções que usam o esforço físico e as habilidades motoras específicas/técnicas de movimento consciente para direcionar várias habilidades comportamentais de uma pessoa.
Ou seja, usamos a coordenação específica de um indivíduo, ações que fazem com que ele realize determinada atividade consciente, como chutar uma bola ou levantar o braço, para direcionar suas habilidades comportamentais, aquelas que permitem a interação interpessoal.
Essas estratégias são fundamentais para o desenvolvimento saudável da criança ou adulto autista, já que elas podem melhorar a aptidão física e aumentar os comportamentos direcionados.
Mas é muito importante lembrar que, assim como todas as outras intervenções já apresentadas aqui, a implementação do exercício e movimento deve ser feita sempre através de uma equipe colaborativa capacitada, depois de uma avaliação do indivíduo. Isso irá garantir que todas as necessidades daquela pessoa sejam atendidas.
Quais são os exercícios de movimentação para autismo?
Esses exercícios de movimentação para autismo podem ou não utilizar de algum tipo de auxílio para ajudar a desenvolver cada vez mais a percepção e controle corporal. Por isso, não existem tipos específicos de atividades, mas diversas opções que podem ser adaptadas para o dia a dia e a necessidade de cada um.
Assim, algumas pessoas poderão usar de recursos extras ou somente do próprio corpo. Isso tudo vai depender do repertório e necessidade de suporte individual. Logo, é fundamental entender cada pessoa antes de iniciar as intervenções.
Alguns exemplos de atividades são:
- Corrida;
- Dança;
- Equoterapia;
- Exercícios aeróbicos;
- Exercícios de baixa intensidade;
- Judô e Karatê;
- Ioga;
- Manejo de objetos;
- Natação e atividades aquáticas;
- Salto.
Todas essas atividades físicas e fisioterapêuticas podem melhorar as habilidades de pessoas autistas e ajudar na conquista da independência. Nesse aspecto, temos maiores chances de resultados assertivos e diminuição de comportamentos desafiadores.
Quais os benefícios do EXM?
Já falamos aqui da importância da atividade física para o autismo e como essa prática traz diversos benefícios não somente para a pessoa no espectro, mas para todo o núcleo familiar.
O exercício e movimento como atividade para autismo vai ajudar em toda a condição corporal, melhorando todos os aspectos da comunicação e contribuindo para a participação da pessoa em atividades cotidianas. Além disso, existem melhoras comprovadas na:
- coordenação motora fina e global;
- agilidade;
- destreza;
- equilíbrio.
- independência.
Quais cuidados devem ser tomados?
Não podemos esquecer que cada pessoa é única e ao iniciar qualquer nova estratégia de ensino e desenvolvimento de habilidades, seja com auxílio de ferramenta ou em um grupo, é preciso de uma avaliação prévia de toda a equipe colaborativa. Além disso, é essencial respeitar os limites e os interesses do autista, entendendo o que pode ou não ser adicionado à rotina.
Dessa forma, o acompanhamento profissional e uma análise funcional individualizada são essenciais para entender quais são as dificuldades e barreiras daquela pessoa, e qual a melhor forma de seguir com o exercício e movimento.
Não podemos esquecer também, que esse tipo de terapia não tem um prazo para começar e acabar. Tudo irá depender da criança ou adolescente, e também da família, que precisa continuar aplicando essas ações fora das sessões com o profissional. É muito importante que as pessoas cuidadoras estimulem a área motora durante a rotina em casa, nas atividades cotidianas.
Para conhecer mais sobre as intervenções para o TEA e ter detalhes das outras práticas baseadas em evidências, continue lendo os conteúdos do nosso blog!