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Utilizar o procedimento de extinção já passou pela cabeça de muitas famílias que convivem com comportamentos desafiadores no autismo. Isso porque essa estratégia pode ajudar com que comportamentos desafiadores ou de risco aconteçam com menor frequência.
A extinção faz parte do conjunto de práticas baseadas em evidências que a Associação para a Ciência no Tratamento do Autismo (ASAT, na sigla em inglês), publicou no Evidence Based Medicine (EBM) em 2014.
O documento analisou 20 anos de intervenções para TEA em diversas áreas relacionadas à Análise do Comportamento Aplicada (ABA), e identificou a existência de 28 práticas baseadas em evidências para o TEA que atingiram todos os critérios propostos pela revisão. Neste artigo, explicamos mais sobre esse procedimento.
Prática baseada em evidências
As práticas baseadas em evidências são um conjunto de intervenções que foram estudados por pesquisadores – tendo sido realizado um número significativo de pesquisas – e cujos resultados se mostraram positivos para uma população em específico.
Quando falamos em autismo, se uma prática é considerada baseada em evidências científicas, isso significa que as pesquisas demonstraram que ela funciona efetivamente para o desenvolvimento de pessoas com TEA.
O que é extinção?
O procedimento de extinção tem como principal objetivo a diminuição de comportamentos desafiadores das crianças. Entre os exemplos disso estão: fazer birras, gritar, chorar, se jogar no chão, se arranhar, entre outros.
Para que ocorra a extinção de um comportamento, é preciso entender sobre o ABC do comportamento e identificar qual ou quais consequências estão mantendo o comportamento. Assim, pode-se planejar o uso da extinção de maneira adequada e efetiva.
Inclusive é importante que profissionais e cuidadores saibam o que esperar ao utilizarem esse e qualquer procedimento. No caso da extinção, por exemplo, ao desfazer a relação entre um comportamento e a consequência que o mantém, inicialmente se observa um aumento da frequência do comportamento, além de respostas emocionais. Somente após esse aumento inicial que passa-se a observar diminuição da frequência do comportamento alvo da intervenção.
Ou seja, se os familiares e adultos envolvidos no cuidado com a criança não estiverem cientes disso, podem achar que o procedimento piorou a situação e suspenderem a intervenção antes do indicado.
Como saber se um comportamento precisa ser extinto?
Muitas pessoas têm em mente que a extinção serve para pôr fim a comportamentos agressivos. No entanto, em casos nos quais a pessoa com autismo se comporta de maneiras que podem machucar a si mesma ou outras pessoas, a extinção pode não ser recomendada.
Isso porque realizar um procedimento de extinção não significa que aquele comportamento será completamente interrompido. De fato, ele ainda pode ocorrer mesmo com essa estratégia.
Por outro lado, o processo de extinção pode acontecer quando o comportamento é desafiador e sua função foi identificada. Por exemplo, vamos imaginar que a criança aprendeu que atirar os brinquedos no chão do quarto faz com que a mãe a retire do local e coloque para assistir TV na sala.
Sendo assim, ela continua a se comportar desta maneira porque quer assistir a TV. Se a consequência que mantém o comportamento é observada e a mãe para de levá-la para a sala quando ela atira os brinquedos, esse comportamento vai parar de ocorrer depois de algum tempo. Isso é, será extinto.
Posso fazer a extinção de um comportamento sem ajuda?
Para criar e aplicar estratégias que vão ajudar no processo de extinção de um comportamento é preciso de ajuda profissional. Isso porque esses procedimentos exigem conhecimento sobre a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) e experiência com autismo.
Para conhecer mais sobre as práticas baseadas em evidências e ABA para o autismo, leia nosso blog.