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Gabriela Bandeira
Publicado em 21 de dezembro de 2021 Atualizado em 26 de outubro de 2023
5 minutos
Índice de Conteúdos
Este texto foi escrito em colaboração com Lucas Ponte, estudante de psicologia, ativista autista e criador da página do Instagram @lucas_atipico
Você já ouviu falar em capacitismo? Esse termo é usado para representar o preconceito com Pessoas com Deficiências (PCDs), e tem gerado muitas discussões nas redes sociais.
Isso porque, muitos ativistas têm desempenhado um papel fundamental na conscientização sobre esse fenômeno, que se manifesta principalmente por meio de linguagem e expressões que desvalorizam os PCDs.
Neste artigo, exploraremos o que é o capacitismo, sua relação com o autismo e discutiremos como combater e sensibilizar a sociedade a respeito desse problema. Acompanhe a perspectiva de Lucas Pontes, estudante de psicologia e ativista no espectro autista, para uma visão mais profunda.
O que é capacitismo?
O capacitismo é um tipo de preconceito ou discriminação que acontece quando as pessoas tratam aquelas com deficiências de maneira injusta, desrespeitosa ou inferior.
Isso pode ocorrer de várias maneiras, como usar palavras ou ações que fazem com que as pessoas com deficiências se sintam menos importantes ou ignoradas.
Muitas vezes, o capacitismo é enraizado em estereótipos e ideias equivocadas sobre as capacidades das pessoas com deficiências. Esses estereótipos podem levar à exclusão social, falta de acessibilidade a espaços públicos e empregos, e até à falta de acesso a cuidados de saúde adequados.
Uma das maneiras pelas quais o capacitismo se manifesta é através da linguagem, como o uso de palavras ofensivas ou expressões depreciativas. Além disso, atitudes condescendentes ou piedosas em relação às pessoas com deficiências também são formas de capacitismo.
Existem alguns termos capacitistas que caíram no “uso popular”, como:
- Dizer que alguém é cego porque não te cumprimentou na rua;
- Chamar uma pessoa de “joão sem braço” após ela pedir ajuda com algo;
- Dizer que uma pessoa “é autista” por causa de algum comportamento dela.
O que é uma pessoa capacitista?


Uma pessoa capacitista é alguém que mantém atitudes, crenças ou comportamentos discriminatórios, ou preconceituosos em relação às pessoas com deficiências. O capacitismo é o preconceito que leva a essas atitudes. Portanto, uma pessoa capacitista pode:
- Manifestar preconceito: isso pode incluir fazer comentários depreciativos, zombar ou menosprezar as habilidades das pessoas com deficiências.
- Negar oportunidades: recusar empregos, educação ou acesso a serviços com base na deficiência da pessoa, em vez de avaliar suas habilidades e qualificações.
- Faltar empatia: não tentar entender as lutas ou desafios enfrentados por pessoas com deficiências e, consequentemente, não demonstrar empatia ou apoio.
- Promover estereótipos: perpetuar estereótipos negativos sobre pessoas com deficiências, ignorando a diversidade de experiências e capacidades dentro desse grupo.
- Não priorizar acessibilidade: negligenciar ou resistir à implementação de medidas de acessibilidade que tornariam a vida mais fácil e igualitária para as pessoas com deficiências.
- Usar linguagem ofensiva: empregar linguagem ofensiva ou termos pejorativos para se referir a pessoas com deficiências, contribuindo para a marginalização e o estigma.
É importante ressaltar que o capacitismo, como qualquer forma de preconceito, é prejudicial e injusto.
A conscientização sobre o capacitismo e o esforço para combater essas atitudes discriminatórias são fundamentais para promover a igualdade, a inclusão e o respeito por todos, independentemente de suas capacidades físicas ou mentais.
Para explicar mais sobre o capacitismo e como ele afeta pessoas com autismo, os textos a seguir foram escritos pelo estudante de psicologia Lucas Pontes, que está no espectro do autismo.
Como o capacitismo afeta pessoas com autismo?
O capacitismo afeta diretamente a vida das pessoas autistas das mais diversas formas. Um dos principais e mais problemáticos fatores é o fato de que este preconceito está muito presente entre os profissionais da saúde e educação e faz com que muitos autistas não sejam diagnosticados ou recebam o diagnóstico tardiamente.
O capacitismo, somado à incompetência de muitos, faz com que profissionais, como neurologistas, psicólogos e psiquiatras, invalidem e descartem a possibilidade do diagnóstico de autismo a partir de preconceitos e mitos.
A ideia de que autistas são todos iguais, não possuem empatia e são totalmente dependentes é parte do capacitismo de profissionais que causa um mal imensurável a muitos autistas.
Além do meio profissional, o capacitismo também está no senso comum, nas famílias e em toda sociedade. Está na ideia de que são anjos ou monstros, mas nunca humanos.
Por não aceitarem a diversidade humana, denominam de anjos aqueles que são diferentes. Acreditam que todos os autistas são puros, não mentem e estão na terra apenas para trazer ensinamentos para os demais.
Dicas para os profissionais ajudarem familiares desconstruírem preconceitos


Devido a esse preconceito, que é estrutural, faz-se necessário que profissionais da área da saúde e educação, ajudem na luta anti capacitista. Podem fazer isso ao incentivarem a escuta e a leitura de conteúdos feitos por pessoas com deficiências, compreendendo o devido lugar de fala e analisando em si o capacitismo, a fim de desconstruí-lo.
Outro ponto importante, é a necessidade de presumir competência. Trata-se de uma conduta respeitosa, que infere competência e não incompetência das pessoas com deficiência.
Presumem incompetência, por exemplo, quando não falam diretamente com a pessoa autista, por acreditarem que ela não será capaz de entender, ou tratam um adulto com deficiência como se ele fosse uma criança.
Conclusão
Em um mundo que promove a igualdade e a inclusão, a conscientização sobre o capacitismo desempenha um papel crucial. Reconhecer a existência desse preconceito e seus impactos é o primeiro passo para promover uma sociedade mais justa e respeitosa.
O capacitismo, que se manifesta por meio de atitudes discriminatórias, estereótipos prejudiciais e a falta de acessibilidade, impacta a vida de inúmeras pessoas, especialmente aquelas no espectro autista. Este preconceito pode levar a diagnósticos tardios, tratamentos inadequados e à perpetuação de mitos prejudiciais.
É fundamental que profissionais da saúde e educação desempenhem um papel ativo na desconstrução do capacitismo, ouvindo as vozes daqueles que vivenciam essas realidades e se esforçando para presumir competência em vez de incompetência.
Ao ler e aprender com pessoas como Lucas, que contribuiu com este artigo, damos um passo em direção a um mundo mais inclusivo, onde o capacitismo é combatido e onde todos, independentemente de suas capacidades físicas ou mentais, são tratados com respeito e dignidade.
Vamos abraçar a diversidade e trabalhar juntos para superar preconceitos, tornando nossa sociedade um lugar melhor para todos.
Continue no nosso blog para ler mais sobre mitos do autismo e outros conteúdos importantes.
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Escrito por:
Gabriela Bandeira
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