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A atenção compartilhada é uma habilidade essencial no desenvolvimento infantil, permitindo que a criança direcione sua atenção para um objeto ou atividade ao mesmo tempo que outra pessoa.
No Transtorno do Espectro Autista, essa habilidade pode ser comprometida, impactando a socialização e o aprendizado, principalmente pelo autismo ser um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades na comunicação e interação social e pela presença de padrões de comportamentos restritos e repetitivos.
Mas como podemos estimular a atenção compartilhada de maneira eficaz? Um dos caminhos é por meio de intervenções que promovem a interação social estruturada, como a Hora do Brincar Juntos, novo modelo de atendimento terapêutico da Genial Care.
Neste texto, você vai conhecer nosso novo modelo de sessão compartilhada e também vai entender mais sobre como a atenção compartilhada pode ser desenvolvida em crianças autistas. Continue lendo para descobrir!
O que é atenção compartilhada?
A atenção compartilhada é definida como a capacidade da criança de utilizar vocalizações, gestos e rastreio visual para dividir experiências sobre objetos ou eventos ao seu redor, com outra pessoa.
Segundo estudo, essa habilidade tem um propósito declarativo, ou seja, de compartilhar pensamentos, experiências e interesses, sem necessariamente buscar uma ação ou resposta específica.
Por exemplo, quando um bebê aponta para um avião no céu e olha para a mãe para ver sua reação, ele está demonstrando um comportamento com propósito declarativo—ele quer compartilhar aquele momento.
Dessa forma, a atenção compartilhada permite que a criança aprenda a partir das interações com os outros, compreenda emoções e desenvolva o social e comunicativo, além da empatia.
A atenção compartilhada envolve três elementos-chave:
- Olhar conjunto: quando uma criança segue o olhar de um adulto para um objeto.
- Apontar: direcionar a atenção de outra pessoa para algo específico.
- Troca social: manter uma interação baseada no foco compartilhado.
Em crianças com TEA, o desenvolvimento dessa habilidade pode ser mais desafiador, tornando-se fundamental a implementação de estratégias específicas para seu estímulo.
Por que a atenção compartilhada é importante?
Pesquisadores como Baron-Cohen & Bolton (1993) e Hobson (1993) enfatizam a relação entre a atenção compartilhada e a capacidade simbólica. Durante interações sociais, as crianças começam a perceber que outras pessoas podem interpretar um mesmo evento de maneiras diferentes.
Isso reforça a ideia de que os significados atribuídos aos objetos e situações são variados, incentivando o uso de múltiplos canais de comunicação para expressar suas descobertas.
Com isso, especialistas dividem a atenção compartilhada em 3 níveis diferentes, que vão ficando cada vez mais complexos conforme a criança cresce e se desenvolve:
- Atenção compartilhada focada: acontece entre os 3 e 6 meses, em uma fase que tanto a criança quanto o adulto olham para o mesmo objeto, mas sem realizar uma interação.
- Atenção compartilhada diádica: a família começa a usar expressões faciais, gestos e palavras enquanto se concentra em um objeto, como parte de uma ação essencial para o desenvolvimento de generalização e imitação facial.
- Atenção compartilhada triádica: uma fase em que a criança já tem habilidades linguísticas e cognitivas desenvolvidas e permite que tanto os pais quanto os filhos interajam com um objeto intencionalmente e se comunicando.
Como trabalhar a atenção compartilhada no autismo?
Crianças com TEA podem ter dificuldades nesses aspectos, o que pode afetar a aquisição da linguagem e das habilidades sociais. Inclusive, a atenção compartilhada está diretamente relacionada ao desenvolvimento da comunicação em crianças autistas.
Muitas famílias podem pensar que a criança tem somente dificuldades para compartilhar a atenção na hora de brincar ou mostrar um brinquedo, mas não é só isso. A atenção conjunta está envolvida em várias coisas, inclusive com o senso de perigo e proteção da criança.
A atenção compartilhada também está envolvida no aprendizado de comportamentos verbais. Quando queremos ensinar alguma coisa para uma criança, mostramos um objeto para ela e dizemos o nome daquilo.
Dessa forma, a criança precisa olhar para o que estamos mostrando, olhar de volta para nós, prestar atenção no que estamos falando e associar as informações. Assim, ela aprende a nomear as coisas.
Com isso, é possível trabalhar essa atenção compartilhada por meio de gestos, expressões faciais, apontando e até dando ordens diretas para a criança usar algum objeto/brinquedo.
Também é possível pedir que ela investigue temas, cheiros, sensações, ações e texturas em diversas situações que sejam do interesse da criança e colaborem com o desenvolvimento e aprendizagem.
Hora do Brincar Juntos: um novo modelo de atendimento
Imagina ver sua criança interagindo, aprendendo e brincando com outras crianças em um ambiente onde cada detalhe foi pensado para atingir o seu máximo potencial?
Com base na ciência e na necessidade de promover experiências sociais estruturadas para crianças com TEA, a Genial Care desenvolveu a Hora do Brincar Juntos. Esse modelo de atendimento combina o desenvolvimento individualizado com oportunidades estruturadas de socialização.
Nesse formato, duas crianças elegíveis participam da sessão no mesmo ambiente terapêutico, acompanhadas por um terapeuta dedicado a cada uma.
Com isso, mantemos o foco nos objetivos individuais de cada criança, mas também oferecemos um contexto de interação social supervisionada, potencializando habilidades sociais e promovendo o aprendizado em grupo.
Por que estamos implementando esse modelo?
Essa é uma abordagem inovadora para promover a atenção compartilhada no formato de sessões conjuntas.
A partir dessa configuração, oferecemos oportunidades estruturadas para a interação social, permitindo que as crianças pratiquem e desenvolvam habilidades de atenção compartilhada em um ambiente controlado e supervisionado.
- Desenvolvimento social: a socialização é um pilar essencial no desenvolvimento de crianças com TEA. Ao incluir outro par no ambiente terapêutico, as crianças têm a oportunidade de interagir e desenvolver habilidades sociais enquanto trabalham em suas metas individuais.
- Melhoria operacional: o modelo também permite otimizar o uso das estruturas físicas das Casas Geniais, ampliando nossa capacidade de atendimento sem comprometer a qualidade.
- Flexibilidade para famílias: oferecendo mais horários e possibilidades de agendamento, as sessões conjuntas tornam o acesso às terapias mais ágil e dinâmico para as famílias.
Benefícios da “Hora do Brincar Juntos” para crianças com TEA
Esse modelo de brincar da Genial Care foi pensado para potencializar o desenvolvimento social e garantir que cada detalhe do atendimento continue focado no progresso da sua criança enquanto ela está aprendendo.
Com isso é possível:
- Desenvolver habilidades sociais: as crianças aprendem a interagir de forma mais natural com outras crianças;
- Aprimorar a comunicação: o ambiente favorece a troca de informações e o desenvolvimento da linguagem.
- Garantir maior engajamento nas atividades: o contato com um par pode tornar as sessões mais dinâmicas e motivadoras.
- Potencializar a generalização e reforço positivo: quando a criança participa de uma interação compartilhada, elogios e recompensas podem reforçar o comportamento.
Conclusão
A atenção compartilhada é um elemento essencial para o desenvolvimento de crianças com TEA, e a Hora do Brincar Juntos surge como uma solução inovadora para estimular essa habilidade em um contexto estruturado e seguro.
Ao unir o atendimento individualizado à socialização supervisionada, criamos oportunidades reais para que cada criança alcance seu potencial máximo enquanto está desenvolvendo seu repertório.
Se você quer saber mais sobre esse modelo de atendimento, entre em contato com a equipe da Genial Care e descubra como a Hora do Brincar Juntos pode fazer a diferença no desenvolvimento da sua criança: