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Criança participando de aula sobre pintura e autismo. Ela desenha em uma folha em branco com lápis coloridos.

Pintura e autismo: Como atividades com Bobbie Goods estimulam o desenvolvimento motor e cognitivo

Esse conteúdo passou por revisão clínica de Alice Tufolo, Psicóloga e Conselheira clínica da Genial Care | CRP 06124238


 

A pintura vai muito além de uma atividade lúdica para crianças, sejam elas neurodivergentes ou não. Essa é uma forma de brincar que ajuda a desenvolver habilidades essenciais e também, além de potencializar a comunicação e a relação com as artes.

Quando falamos sobre pintura e autismo, para crianças no espectro, essa atividade pode exercer uma relação ainda mais importante. Ela pode se tornar uma poderosa aliada no desenvolvimento motor, cognitivo e emocional.

A expressão artística, seja por meio de pinturas, desenhos, colagens ou qualquer outra atividade que gere prazer nas pessoas, pode ajudar em habilidades sociais, conflitos internos e pessoais, redução de estresse e ansiedade, além de elevar autoestima e criar um sentimento de pertencimento no mundo, indo além da comunicação verbal.

Com os livros de colorir, como Boobie Goods, em alta, muitos pais, familiares e pessoas cuidadoras se perguntam como usar a pintura no apoio a crianças autistas. É isso que vamos falar nesse artigo!

Pintura e crianças: por que essa atividade faz tão bem?

Muito antes das palavras, as crianças já se expressam por meio de gestos, traços e cores. A pintura, nesse contexto, surge como uma das formas mais naturais de comunicação e desenvolvimento infantil.

No artigo “Contribuição da experiência artística para o desenvolvimento de uma consciência pessoal no sujeito com deficiência motora “o autor mostra que, desde os primeiros anos de vida, pintar estimula habilidades essenciais como coordenação motora fina, percepção visual, regulação emocional e criatividade.

Mais do que isso: fortalece o vínculo entre adultos e crianças, promove autoestima e incentiva a curiosidade pelo mundo.

No caso de crianças com autismo, esses benefícios ganham ainda mais importância, pois se for uma atividade que a criança se interessa e gosta, ajuda a estruturar a linguagem visual, oferecer segurança sensorial e abrir caminhos para a interação social.

Por isso, entender como aplicar a pintura conscientemente é um passo fundamental para apoiar o desenvolvimento pleno, com afeto, evidência e respeito à singularidade de cada criança.

“Ter interesse e disponibilidade para entrar em contato com a pintura é essencial para que essa seja uma experiência positiva para a criança. Para algumas, pintar pode ser mais desafiador — e elas devem ser respeitadas se não quiserem participar. Ainda assim, o adulto pode sempre oferecer oportunidades e apresentar o material de forma gentil e convidativa.” Alerta Alice Tufolo, conselheira clínica da Genial Care.

O que a pintura estimula no autismo?

A pintura ativa múltiplas áreas do cérebro: visão, tato, coordenação motora fina, planejamento, linguagem visual e regulação emocional. Para crianças com TEA, que enfrentam desafios nessas áreas, essa atividade é uma ponte entre o mundo interno e o externo, ajudando na organização do pensamento e na expressão.

Estudos como o “Cores no meu mundo: um livro de arteterapia para crianças com TEA” mostram que atividades artísticas estruturadas estimulam o foco, a permanência em tarefas e promovem calma.

Quando falamos de pintura e autismo, usando livros de colorir, por exemplo, conseguimos perceber o quanto o ato de pintar colabora para a construção da autonomia e identidade infantil.

Em um estudo recente, é possível observar que crianças com autismo passaram a externalizar sentimentos e ideias por meio de imagens pintadas, o que ampliou a comunicação simbólica e promoveu interações sociais mais ricas no ambiente escolar.

O autor ainda detalha sobre como as oficinas de pintura melhoraram significativamente a coordenação motora fina, o foco visual e a regulação emocional, mostrando o potencial terapêutico e pedagógico dessas práticas.

Quais os principais benefícios da pintura para crianças autistas?

A pintura estimula funções cognitivas como planejamento, organização de ideias, tomada de decisão e memória de trabalho. Livros de colorir e pintura orientada são recursos eficazes para estimular a linguagem visual e a cognição.

Estímulo sensorial equilibrado

A pintura oferece uma rica experiência sensorial: cores, texturas, pressão, movimentos. Isso é especialmente benéfico para crianças com autismo, que podem apresentar hiper ou hipossensibilidade sensorial.

Por isso, o sensorial da criança também deve ser respeitado, algumas crianças vão preferir tinta, outras vão ter aversão a tinta e preferir outros itens para pintar.

Coordenação motora fina e foco

O uso de pincéis, lápis, dedos ou esponjas exige controle muscular, força e precisão. Existe uma melhora significativa na motricidade fina e cognição após atividades regulares de pintura.

Expressão emocional e linguagem não verbal

Para muitas crianças autistas, a comunicação verbal pode ser limitada. A pintura permite expressar pensamentos e sentimentos de forma visual e simbólica. No artigo “Estratégias metodológicas em ciências para autistas” a autora reforça o uso de pintura e colagem como ferramentas inclusivas em contextos escolares.

O que a criança desenvolve com a pintura?

A prática regular de pintura favorece:

  • Autonomia: ao escolher cores e temas, a criança exercita tomada de decisão;
  • Planejamento motor: ao controlar o traço e a pressão;
  • Interação social: ao pintar com outras crianças ou adultos;
  • Senso estético e identidade: ao reconhecer suas preferências e estilos.

Bobbie Goods é indicado para crianças autistas?

Livrinho de Boob Goods

Os livros de colorir estão em alta e com poucas rolagens nas redes sociais é possível ver vários usuários ensinando técnicas e fazendo uso de canetinhas coloridas para ter um momento artístico. Com a volta desses momentos de pintar, que nos lembram a infância, muitas famílias podem se perguntar se a atividade é indicada para crianças autistas.

Como falamos, existe uma ligação entre pintura e autismo quando pensamos no desenvolvimento infantil, mas é importante lembrar que: cada criança é única, e no autismo, essa verdade se amplia.

O que funciona muito bem para uma pode não ter o mesmo efeito para outra. É por isso que, ao considerar o uso de materiais como os da Boobie Goods, ou outros livros de colorir, o mais importante é observar: seu filho se interessa pela atividade? Ele se engaja, se diverte, parece mais calmo ou concentrado ao pintar?

Se a resposta for sim, essa pode ser uma excelente forma de estimular o desenvolvimento motor e sensorial, em uma proposta lúdica e segura.

Mas vale lembrar: a orientação da equipe que acompanha a criança — seja na escola, na clínica ou em casa — é essencial para ajustar a atividade às necessidades específicas dela. O mais importante é que cada escolha esteja a serviço do bem-estar, do prazer de aprender e do vínculo com quem cuida.

Pintura e autismo: Dicas para pintar com crianças autistas

  1. Prepare o ambiente: silencioso, com luz natural, livre de distrações excessivas.
  2. Ofereça escolha: permita que a criança escolha as cores ou o tema da pintura.
  3. Acompanhe com empatia: evite corrigir ou redirecionar demais. Observe e comente positivamente.
  4. Valorize o processo: expor as obras em casa ou na escola reforça autoestima e pertencimento.
  5. Integre com música ou histórias: use recursos complementares para enriquecer a experiência sensorial.

Conclusão

Pintar é brincar, aprender, se expressar. É criar espaço para que crianças autistas desenvolvam suas capacidades de forma leve, prazerosa e significativa. Livros de colorir, como o Boobie Goods, oferecem mais do que uma atividade: uma oportunidade concreta de crescimento, vínculo e inclusão.

Quando reconhecemos o potencial das atividades artísticas no desenvolvimento infantil e contamos com apoio profissional para aplicá-las com consciência, ampliamos oportunidades de expressão e habilidades sensoriais.

A pintura pode ser uma porta de entrada para novas conexões, novas conquistas e, principalmente, novos olhares sobre o que cada criança pode criar.

Quer entender mais sobre Arteterapia no autismo? Acesse nosso texto sobre o assunto e continua aprendendo:

Arteterapia no autismo

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