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ABA estruturado – nome pelo qual é conhecido o Ensino por Tentativas Discretas – é um conjunto de estratégias da Análise do Comportamento Aplicada que tem como objetivo trazer mais independência e autonomia por meio do ensino de novas habilidades.
Esse tipo de intervenção é indicado para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). De forma resumida, ABA estruturado se baseia em uma série de sequências de aprendizado dividido em pequenos passos, com o uso de consequências reforçadoras em cada etapa, ou seja, objetos ou atividades que vão agradar a criança e tornar mais provável que o comportamento ocorra no futuro.
Neste artigo, explicamos mais sobre como funciona o ensino por tentativas discretas, mitos sobre o assunto e mais.
O que é ABA?
Primeiramente, vamos abordar mais sobre o conceito da ABA. A Análise do Comportamento Aplicada (do inglês Applied Behavior Analysis) é uma ciência de aprendizagem cujo objetivo é entender como e porque os comportamentos acontecem, além de analisar a relação entre ele e o ambiente em que a pessoa está inserida.
Sua aplicação na psicologia é indicada para quaisquer demandas referentes a:
- Saúde mental;
- Psicologia educacional;
- Psicologia hospitalar;
- Psicologia das organizações;
- Psicologia clínica para o público típico e atípico;
- Entre outros.
Quando falamos do desenvolvimento de pessoas com TEA, a ABA tem dois objetivos principais:
- Trabalhar o ensino de novas habilidades e
- Ajudar com comportamentos desafiadores.
Atualmente, 23 estratégias da Análise do Comportamento Aplicada são reconhecidas pelo manual Evidence-based Medicine (EBM) como práticas baseadas em evidências
para o autismo. Uma delas é, justamente, o ensino por tentativas discretas.
ABA estruturado (ensino por tentativas discretas)
O Ensino por Tentativas Discretas (DTT, do inglês Discrete Trial Training) é uma metodologia de ensino que faz parte da ABA. Sua principal diferença é o fato dele ser estruturado, ou seja, apresentar etapas pré-determinadas.
Uma tentativa é considerada discreta quando apresenta alguns elementos em sua composição:
- Apresentar a instrução;
- Dica (se houver);
- Resposta (da criança);
- Consequência (como aplicador vai reagir para que o comportamento ocorra mais vezes).
Caso a criança erre com a dica, existe ainda o procedimento de correção. Nele, a pessoa aplicadora usa a dica mais intrusiva da categoria, com o objetivo de mostrar a resposta correta, mas sem inserir uma consequência para o comportamento. Em alguns casos, ela pode dar um feedback simples, como “agora sim”.
Além disso, essa intervenção divide a aprendizagem de uma tarefa em passos menores que ocorrem de maneira discreta – etapa por etapa – durante uma série de tentativas, até que o indivíduo consiga realizá-la completamente sem ajuda.
Também faz parte do ABA estruturado o uso de reforçamento positivo e nível de ajuda que a pessoa precisa para realizar cada etapa. Por exemplo, a criança pode precisar de:
- Ajuda oral (receber instruções);
- Ajuda gestual (a pessoa faz gestos para ela compreender a tarefa);
- Ajuda visual (uso de suportes visuais);
- Ajuda física total ou parcial (que a pessoa a ajude segurando a mão dela).
O psicólogo Ivar Lovaas foi o primeiro a aplicar princípios da ABA e do Ensino por Tentativas Discretas no ensino de pessoas com TEA. Dentro desta prática, são utilizadas instruções com tentativas repetidas de ensino, sendo que cada uma tem uma resposta e um reforço a essa resposta (quando ela é a resposta desejada por quem aplica a intervenção).
Por exemplo, vamos imaginar que o objetivo da intervenção é nomear animais. No ABA estruturado (ensino por tentativas discretas), a terapeuta ou o terapeuta prepara três cartões com uma girafa, um cachorro e um pato. E na sessão a criança recebe esses cartões para nomear os animais.
ABA estruturado é terapia de mesinha?
Um dos principais mitos sobre o ensino por tentativas discretas é chamá-lo de terapia de mesinha. Ou seja, entender que essa intervenção e suas estratégias só podem ser aplicadas na sala de terapia.
Pelo contrário: ele pode ser aplicado em diversos contextos e ambientes que fazem parte do dia a dia da pessoa com TEA. Além disso, as estratégias do DTT também podem ser usadas em conjunto com outras intervenções, como o ensino naturalístico, por exemplo.
Cuidados ao escolher a equipe da sua família
Escolher as pessoas que vão atender sua família é um momento muito importante. Afinal, são esses profissionais que irão acompanhar o desenvolvimento da criança e ajudar as pessoas cuidadoras nesta jornada.
Por isso, é sempre importante entender as qualificações dos profissionais, como as intervenções serão aplicadas, as avaliações que serão feitas e também qual suporte será fornecido no dia a dia. Outro ponto importante é que a equipe esteja alinhada e compartilhe os resultados das intervenções com a família.
Aqui na Genial Care, cuidamos das famílias na jornada do autismo, por meio de orientação parental e também desenvolvemos crianças para que elas atinjam seu máximo potencial. Conheça nossos serviços!