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Será que a ABA consegue reduzir comportamentos estereotipados? Muitas famílias se perguntam sobre como as estratégias e intervenções em ABA podem ajudar a pessoa autista a diminuir esses movimentos e se isso realmente é efetivo.
As estereotipias, movimentos repetitivos bem comuns em pessoas com TEA, podem gerar um certo incômodo nas famílias, que acabam querendo diminuir ou acabar com esse padrão.
Movimentos realizados sem motivo aparente, como girar ou bater as mãos, acenar, balançar o tronco e cabeça, abrir e fechar a boca ou bater os pés, são alguns dos mais comuns no dia a dia de crianças com autismo.
Esses comportamentos repetitivos podem ser algo bem marcante na vida de quem convive com indivíduos no espectro, podendo envolver um ou todos os sentidos, variando de pessoa para pessoa, durante segundos, minutos ou até mesmo horas.
Por isso, nesse texto, vamos entender se a terapia ABA reduz comportamentos estereotipados e como os profissionais podem ajudar no bem-estar e qualidade de vida da criança com TEA.
O que são comportamentos estereotipados?
Conhecidos também como stims, os comportamentos estereotipados são os movimentos repetitivos bem comuns em pessoas com autismo.
Eles normalmente acontecem quando existem muitos estímulos ao mesmo tempo, e o indivíduo no espectro precisa de ajuda para lidar com essa situação.
Essas estereotipias frequentes podem ser um dos sinais indicativos de que alguém tem TEA, já que fazem parte dos critérios de diagnóstico de autismo, junto da dificuldade de interação social e de comunicação.
É muito importante lembrar que os comportamentos repetitivos não são movimentos comuns apenas para pessoas no espectro.
Pessoas neurotípicas também apresentam esses movimentos, como cruzar os braços, estalar os dedos ou morder tampas de caneta, por exemplo.
O que são stims?
Stims ou Stim nada mais é do que a palavra em inglês para estereotipias. Ou seja, é uma outra forma de chamar os movimentos repetitivos que estimulam algum dos sentidos. Tanto que a tradução literal de stims é “estimula”.
Assim, não existe diferença entre estereotipia, movimento estereotipados ou stims. São apenas maneiras diferentes de nomear uma mesma ação. As stims são consideradas algo natural e importante no dia a dia de uma pessoa autista, já que ajudam na regulação dos sentidos e até mesmo na concentração.
Qual a diferença entre estereotipia e comportamentos estereotipados?
Não existe diferença entre estereotipia e comportamento estereotipado, esses termos apenas são duas formas diferentes de referir as movimentações repetitivas ou até mesmo rituais linguísticos, motores ou de postura que uma pessoa no espectro pode apresentar.
O que acontece é que existem algumas estereotipias mais comuns e conhecidas pelas pessoas, com nomes diferentes, como o flapping, por exemplo, que é o ato de sacudir ou balançar as mãos repetidamente.
Essa ação lembra bastante o bater de asa de um pássaro, como se os braços fossem asas. É bastante comum em crianças no espectro quando estão muito felizes, irritadas e ansiosas, como forma de se regular emocionalmente.
O que é flapping no autismo?
Flapping é um termo inglês que representa um movimento repetitivo e rítmico feito com as mãos, que é parecido com o bater de asas dos pássaros. Dessa forma, o flapping nada mais é do que uma forma de estereotipia comum em pessoas autistas.
É muito comum que crianças com TEA façam o movimento repetitivo de balançar as mãos. Inclusive, essa é uma das características que muitas pessoas associam com autismo, mesmo sem saber se existe um diagnóstico.
O flapping, assim como outros comportamentos estereotipados, pode variar em intensidade e frequência. Ou até mesmo não acontecer em determinadas pessoas.
Cada pessoa autista é única e possui suas próprias ações de regulação emocional, por isso, por mais comum que essa stim seja, ela não é algo que necessariamente irá acontecer em todas as pessoas diagnosticadas com TEA.
Exemplos de comportamentos estereotipados
Como cada pessoa é única e apresenta singularidades em seus comportamentos, por isso, as estereotipias podem variar. Porém, algumas das mais comuns no autismo são:
- Balançar o corpo;
- Agitar as mãos;
- Bater os pés;
- Repetir sons;
- Girar o corpo ou a cabeça.
Esses são os exemplos mais comuns quando falamos em comportamentos repetitivos, mas não se resume apenas a isso!
Muitas vezes, ao passo que a criança cresce e se desenvolve, ela pode perceber que alguns desses comportamentos são vistos como inadequados, mudando aos poucos para ações mais discretas, como:
- Apertar rapidamente um botão de caneta;
- Movimentar as pernas constantemente;
- Direcionar o impulso do movimento para atividades secundárias como riscar uma folha;
- Cruzar e descruzar as pernas várias vezes;
- Roer as unhas sem parar;
- Estalar os dedos;
- Entre outros.
A ABA reduz comportamentos estereotipados?
Quando pensamos se ABA reduz comportamentos estereotipados, precisamos lembrar que essa ciência tem como foco analisar os comportamentos de uma pessoa, entendendo como e porque eles acontecem.
Então, é possível, sim, intervir em movimentos estereotipados através da terapia ABA.
Porém, é preciso entender que, ao contrário do que a maioria das pessoas acredita, esses movimentos estereotipados não precisam necessariamente ser retirados, já que muitas vezes eles ajudam na regulação emocional da pessoa autista.
Além disso, a maioria desses comportamentos não são lesivos ou autolesivos, e podem ajudar no diagnóstico de autismo, facilitando que pais e pessoas cuidadoras consigam perceber os sinais.
Dessa forma, o melhor caminho para controlar as estereotipias no autismo é quando esses movimentos causam algum problema físico, ou risco para o indivíduo com TEA e as pessoas ao seu redor, como em situações de agressividade.
Por isso, é fundamental que a família e as pessoas cuidadoras entendam o motivo pelos quais elas desejam reduzir os comportamentos estereotipados.
Se for apenas para querer estabelecer um padrão de normalidade perante a sociedade, essa vontade pode acabar atrapalhando a qualidade de vida da pessoa no espectro.
Como a intervenção ABA pode ajudar?
A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) tem como fundamento analisar as funções dos comportamentos para conseguir entendê-los. Por isso, não existe uma técnica específica para diminuir essas ações repetitivas.
O que procuramos entender e potencializar com as intervenções em ABA são as habilidades da criança, aprimorando o repertório comportamental e também desenvolvendo cada vez mais ações funcionais para o dia a dia.
Por isso, a equipe multidisciplinar irá analisar o que a criança já apresenta e criar um plano de ação focado nessas necessidades.
Nesse caminho, as práticas baseadas em evidências podem ajudar a encontrar a melhor forma de desenvolver habilidades específicas de acordo com cada ação cotidiana, como escovar os dentes, trocar de roupa ou se alimentar, por exemplo.
Assim, é preciso entender qual a melhor estratégia dentro da ABA e saber auxiliar a pessoa com autismo a encontrar novas maneiras de se relacionar com o espaço e as pessoas que a cercam.
Conclusão
Entendemos que a terapia ABA pode diminuir os comportamentos estereotipados de uma pessoa autista, mas isso só deve ser feito quando existe algum tipo de risco para ela ou até mesmo a família.
Caso contrário, é importante lembrar que as estereotipias existem para um propósito e são estratégias usadas para regulação emocional.
Por isso, quando uma pessoa no espectro sente a necessidade de fazer uma ação repetitiva, essa energia precisa ser direcionada para algum lugar.
Dessa forma, é muito importante entender as razões ligadas ao acontecimento desses comportamentos e ter o apoio de uma equipe colaborativa para entender como elas podem ser adequadas pensando em bem-estar, autonomia e qualidade de vida da pessoa autista.
Aqui na Genial Care nosso propósito é justamente ajudar crianças com TEA alcançarem seu máximo potencial, trazendo qualidade de vida para todos que fazem parte do núcleo familiar.
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